Ana Cláudia Batista, 53, trabalha com artesanato há quase quarenta anos. Ela se interessou pela profissão porque sua mãe é artesã’. Ana conseguiu a oportunidade de trabalhar na Feira da Torre de TV.
“O artesanato não é só o material. É tudo. São as horas que a gente dedica pra fazer uma peça”. Ela relata algumas dificuldades de ser artesã, incluindo a falta de reconhecimento da atividade para fins de direitos e espaços para venda dos materiais
A preocupação com a regularização da atividade fez com que, no mês passado, a Federação de Associações e Coletivos de Artesanato MOVA-DF realizou um congresso distrital para discutir a regularização, as demandas, além de políticas públicas para a profissão.
Entre as demandas, há um pedido de aperfeiçoamento da carteira de mestre artesão. Foram solicitadas ainda a possibilidade de emissão da carteira de artesão on-line, além de propostas para inovar o mercado do artesanato.
A luta das artesãs
“Eu percebo que os olhares e comentários para pessoas que vivem do artesanato são inferiores ou acham que só estamos fazendo isso porque tudo deu errado e não olham isso como uma profissão como qualquer outra”, explica a artesã Any Beatriz, 19 anos.
Ela diz que sente seu trabalho sendo desvalorizado com olhares e comentários para as pessoas que vivem do artesanato.
Feiras de artesanato
Sobre as feiras de artesanato de Brasília, Any explica que há falta de infraestrutura, o que leva a um prejuízo de vários materiais de trabalho. “Enfrentei chuvas nesses lugares e muitos companheiros da área sofreram prejuízos”, desabafa.
Isabela Andrade, 18, diz se sentir muito acolhida pelos trabalhadores da Feira do Sol, onde fez sua primeira feira. Helena de Oliveira, 18, sente que a maioria dos artesãos foram prejudicados na pandemia. Ela acredita que as atividades comerciais dos artesãos poderiam voltar à mesma intensidade de antes.
Segundo a Chefe da coordenação de promoção do artesanato e do trabalho manual, Rozelia dos Santos Silva Mendes, a Secretaria de Turismo tem aberto uma possibilidade de eventos em Brasília para os artesãos.
“A pessoa que trabalha com artesanatonão pode só estar vendendo sem ter um olhar de qualificar esse trabalho. Então isso eu vejo a importância do artesão no mercado. Ele não pode ser mais um, ele é mais um que faz a diferença nas políticas públicas e na geração de renda”, conta.
Carteira de mestre artesão
A carteira de mestre artesão foi uma das medidas do Programa Artesanato Brasileiro (PAB), desenvolvido em 1991. Esse recurso é válido em todo território nacional, e garante o direito que constitui o sistema trabalhista.
Roze conta que a regularização da profissão permite gerar a possibilidade de outras pessoas aprenderem a comercializar, além da importância para o turismo local.
Ela também afirma que, dentro do turismo, estão colocando o artesanato em evidência, contando a história de Brasília. “Então o turista hoje ele chega, ele não vem só a Brasília, o Plano Piloto. Capacitando essas pessoas também nas RAs, a questão da mão de obra”, diz.
Por Maria Eduarda Fava e Maria Luiza Castro
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira
