Energia sustentável nas casas do DF: moradores já economizam na conta de luz

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A possibilidade de produzir a própria energia reduz os custos financeiros na conta de luz e conquista os consumidores brasilienses. A distribuição e instalação de pequenos geradores a partir de fontes renováveis é denominado micro e mini geração. A mais comum, com 95% dos minigeradores, é a solar fotovoltaica. Outros tipos são a eólica, biomassa e hidráulica.

A troca da energia funciona assim: durante o dia o consumidor gera a própria energia e “a entrega” para a distribuidora local. À noite, o usuário consome a energia gerada. O valor pago é o líquido (a diferença entre a energia produzida e a gerada).

Caso o usuário produza mais do que foi consumido, a energia não utilizada vira “crédito” para o consumidor na próxima conta de luz. O excedente pode ser utilizado para abater o consumo da unidade em até cinco anos. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mesmo que o consumidor gere mais energia, o usuário precisa pagar uma taxa, pois o sistema está à disposição tanto para retiradas quanto para depósito de cargas.

No Distrito Federal, já são 227 unidades consumidoras com geração distribuída. Tiago de Barros Correia é um desses consumidores. Diretor da Aneel, ele foi um dos primeiros, no DF, a produzir a própria energia. O servidor público instalou o sistema de micro e mini-geração com o objetivo de reduzir os custos. “Eu estudei bastante e fiz as contas. No meu caso, reduziria na ordem de R$ 400 para R$ 66 (83,5%). O retorno de investimento daria na ordem de sete anos”, explicou.

Sobre o processo de instalação, Barros explica que para colocar o sistema de energia é necessário a contratação de uma empresa e os serviços de um engenheiro. O processo é rápido e o tipo de interferência da obra é simples. “Em uma tarde o projeto foi instalado e não precisa quebrar parede”, esclareceu.

Para o assessor da Superintendência de Regulação dos Serviços de Distribuição da Aneel, Hugo Lamin, a mini e microgeração distribuída de energia são vantajosas tanto para o consumidor quanto para o sistema elétrico como um todo. “Um dos grandes objetivos é reduzir a fatura do consumidor que optou pela geração própria. Outro beneficio é a questão ambiental. A sustentabilidade que está por trás dessas fontes de energia renováveis.”

A professora Noemi Vasconcellos, 47 anos, é moradora da região administrativa de Vicente Pires e não sabia que era possível gerar a própria energia em casa. Ela se interessou pelo assunto. “O que me levaria a fazer isso (gerar a própria energia) é o custo benefício no futuro, além de ter o privilégio de fabricar a própria energia.” Questionada sobre a vantagem de poder utilizar os “créditos” em uma próxima conta, Noemi aprovou a sugestão. “Eu acho lucrativo deixar os créditos para o mês que vem. A gente não perde. Quanto mais economia, mais benefícios”, ressaltou.

Marido de Noemi, Francisco José, 47, concorda com a importância de produzir a própria energia. “Além de economizar na conta, o meio ambiente agradece.” O micro-empresário contou ainda que, ao viajar para o Nordeste, observou que a população interiorana já produz a própria luz. “No interior da Bahia, diversas casas já estão utilizando energia solar, o que traz economia e desenvolvimento para os municípios”, destacou.

O tempo para conexão da distribuidora e do agente gerador é de 32 dias para instalação de microgeração e de, no máximo, 49 dias para a minigeração.

Arte: Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)

Quanto custa a instalação?

Os custos para a instalação de micro ou minigeração distribuída é do consumidor. Por isso, a Aneel não estabelece o custo dos geradores nem eventuais condições de financiamento. O consumidor precisa estudar, portanto, a relação de custo e benefício para instalação dos geradores, como o tipo da fonte de energia, tecnologia dos equipamentos e o porte de unidade consumidora.

O retorno financeiro dos equipamentos adquiridos varia de seis a oito anos. Antes de completar o prazo final, já se tem a redução do valor na tarifa, mas a partir do 6º ano, o consumidor já terá “lucro”.  A empresa responsável pela instalação do sistema faz uma simulação de economia, custos com equipamento e tempo de retorno financeiro.

Micro e mini-geração em números

A fonte mais utilizada é a solar, com 13.914 unidades consumidoras com geração distribuída. A eólica ocupa a segunda posição com 61 instalações.  O número de conexões de micro e minegeração são de 14.048 no Brasil.

O estado que mais possui mais esse sistema é Minas Gerais (3.082), seguido por São Paulo (2.877) e Rio Grande do Sul (1.567). A região que mais tem esse tipo de geração é o Sudeste, com 3483. A com menor é o Norte com apenas 200.

Para Saber Mais

O site Portal Solar faz a simulação do quanto você precisa investir para ter um sistema de energia solar fotovoltaica. Basta preencher alguns dados da sua conta de luz para receber o orçamento grátis.

Por Isabela Guimarães

Sob supervisão de Isa Stacciarini

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