Enfermeira que trabalhou em manicômio pensou em desistir da carreira

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A professora de enfermagem Valéria Mori afirma que muitos profissionais da área têm receio em trabalhar com pacientes com transtornos mentais. “Existe todo um contexto da mídia e no que a sociedade conhece desde sempre. Se pararmos para estudar a questão da história da saúde mental, a gente vai entender que a enfermagem participou disso de forma muito brutal”, lamentou. Ela revelou que no início da carreira, há 34 anos, chegou a trabalhar em um manicômio e sofreu traumas psicológicos. Ela contou que chegou a pensar em desistir da carreira. “O Prisme existe justamente para desconstruir esse pensamento. Trabalhar com a saúde mental é uma das funções maravilhosas que existe”, ressaltou.

O atendimento a pacientes com transtorno mental exige uma ação conjunta dos profissionais da área de saúde e assistência. Durante o processo de tratamento, a pessoa atendida é estimulada a construir as próprias reflexões para estimular a independência e o senso crítico. A ação melhora a qualidade de vida dos pacientes. No Distrito Federal unidades de saúde do Guará, Paranoá, Sobradinho, Taguatinga e Brasília trabalham com o projeto de assistência a pessoas com transtornos.

A necessidade de um atendimento integrado é ensinado aos universitários dos cursos de enfermagem, psicologia, educação física e direito.O trabalho envolve uma relação multidisciplinar com atividades práticas e psicossociais. Assim, os futuros profissionais entendem a importância de trabalhar em conjunto com especialistas de outras áreas.

Como lidar

No Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), o Projeto Interdisciplinar em Saúde Mental (Prisme) ensina o aluno a tratar pacientes com transtornos mentais. Por meio de atividades práticas e conjuntas, os universitários têm experiências diretas com esses pacientes e, assim, aprendem a trabalhar na área.

Já a professora de psicologia Tânia Martins propôs intervenções para aprimorar a relação do projeto trabalhado nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) com a sociedade. Para ela, uma alternativa é tornar a convivência de uma forma terapêutica, fazendo com que seja acessível a todas as pessoas com transtornos graves ou não.  “Faz lógica na dinâmica da convivência acolher as diferentes demandas que surgem e tentar encontrar formas de lidar com elas”, explicou.

Com o projeto interdisciplinar, os alunos que participam têm a oportunidade de ter contato com as diferentes visões do ser humano, sendo físicas e psicológicas. A participação dos alunos de direito auxilia pacientes e familiares em questões jurídicas.

Lizandra Costa

Sob supervisão de Isa Stacciarini

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