As próximas Copas (Confederações e do Mundo) e as Olimpíadas, ao colocar órgãos governamentais no centro das atenções nacionais, expõem também o desafio das equipes de comunicação de municípios, estados e executivo federal. É certo que são oportunidades singulares para que gestores públicos apareçam. Por outro lado, jornalistas das assessorias precisam fazer valer o interesse público nos conteúdos veiculados. Todos sabem que a visibilidade vai ser sem precedentes para o Ministério dos Esportes, por exemplo, uma pasta, que, normalmente, tem pouca visibilidade, e que, a partir deste ano, torna-se um dos centros estratégicos da República. A primeira prova de fogo ocorre agora em junho durante a Copa das Confederações.
Assista entrevista com o jornalista Paulo Rossi, gestor de conteúdo da página do Ministério dos Esportes
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Ao se observar apenas a homepage do site do Ministério dos Esportes já é possível compreender as demandas de conteúdo do veículo governamental. Ao mesmo tempo em que apresenta conteúdo amplo e informativo, com convergência multimidiática e com ações nas mídias sociais, esbarra em outros interesses, como a necessidade de enaltecer o ministro. Uma amostra simples coletada em 10 de maio demonstra isso. Lado a lado estão as notícias: “Comissão Especial discute a regulamentação do Estatuto do Torcedor” e “Ministro do Esporte recebe condecoração em Cuiabá”.
Na mesma semana, o editor de conteúdo do Ministério do Esporte, Paulo Rossi, participou, em Brasília, do Seminário Internacional de Jornalismo Esportivo, Sociedade e Indústria. Sobre o desafio de “equilibrar” o conteúdo, ele explicou que o órgão público deve destacar os programas do governo, de uma forma jornalística e de serviço, de modo a oferecer ao leitor em geral, informações fidedignas sobre o programa, por exemplo, a cobertura dos eventos. Porém como em toda empresa governamental existem outras demandas. “No portal da copa, por exemplo, há todo tipo de noticiário, desde uma greve no estádio até a sua inauguração”, exemplifica.
Mídias sociais – Para Rossi, seriedade e credibilidade: essas devem ser características inerentes a uma equipe de comunicação, esteja de um lado ou do outro do balcão. O jornalista lembra que, se uma empresa apaga um comentário de um internauta que não está de acordo com o que a empresa pensa, falta honestidade jornalística. “O código de ética do jornalista não permite isso. Se alguém denunciar, a empresa deve ser punida, ela não é dona da verdade”, afirma Paulo.
Na palestra “O papel das mídias sociais na cobertura dos megaeventos esportivos”, o editor de conteúdo do Ministério do Esporte, Paulo Rossi, disse que o impacto das redes sociais é positivo, inclusive sobre problemas que possam surgir durante os eventos. Ele destaca que o poder público terá que se mexer rapidamente, para acompanhar o processo. “É interessante ter uma gama variada de informações e opiniões, desde que seja mantido o pressuposto básico do jornalismo: a apuração e checagem das informações.”
Por Gabriela Echenique – estudante de jornalismo, repórter da Agência de Notícias UniCEUB