A Cidade Estrutural, localidade conhecida pelo principal lixão do Distrito Federal, e com um dos piores indicadores de renda familiar (a segunda pior, segundo pesquisa do governo) e de educação, ganhou uma biblioteca pública com um acervo de 9 mil livros.
Leia mais notícias de Educação
O gerente de articulação política da administração da cidade Estrutural, Mariano Pereira de Brito, 56 anos, contou que o projeto da construção de uma biblioteca na cidade existia há 12 anos, entretanto a ideia demorou para ir pra frente. “Quando a gente tem um sonho e luta por ele, não se vê dificuldades”, disse, em relação ao tempo que levou para a concretização do espaço. Segundo o gerente, o sonho se tornou realidade com o apoio de parceiros, como a Biblioteca Nacional, bem como a Secretaria da Criança, que entrou com o projeto “Estude aqui” na biblioteca, um projeto que vai além da biblioteca convencional, trazendo palestras, aulões e equipamentos que agora fazem parte da infraestrutura do local.
Mariano Pereira não se dá mérito pela da construção da biblioteca. Para ele o pagamento moral e a gratidão dos frequentadores é a maior recompensa. Com a média de 60 pessoas circulando por dia, ele acredita estar tirando os jovens da violência e estar trazendo-os para o mundo da cultura e dos estudos. “As pessoas que visitam a biblioteca são pessoas que fazem faculdade, ensino médio, crianças que poderiam estar nas ruas e estão lá buscando conhecimento e preenchendo o seu tempo”, observou.
Uma moradora identificada como Sandra, de 35 anos, usa a biblioteca para estudar para concursos públicos, fazer trabalhos e usar livros que complementem seus estudos no curso técnico de serviços públicos. Antes, Sandra via a necessidade de se locomover para utilizar uma biblioteca, agora, ela tem um espaço reservado para estudos na porta de sua casa, “antes eu tinha que pegar ônibus para ir na Biblioteca Nacional, agora eu posso ir a pé”.
A biblioteca conta com quatro funcionários, sendo eles uma bibliotecária, três auxiliares técnicos e outros três voluntários. O espaço funciona das 8h até as 18h e tem planos para começar a funcionar até as 22h. O espaço fica situado na área especial vinte, setor central da Estrutural.
[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/225399593″ params=”color=00aabb&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]
por Bruno Santa Rita
Boletim: Daniella Bazzi
Fotos: Agência Brasília