Falta de visibilidade diária desestimularia cobertura do jornalismo ambiental, diz presidente da FENAJ

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O campo de atuação do jornalismo passou a ser pautado pelo público e não mais pelo interesse público. Paradoxalmente as coberturas jornalísticas se submetem de certa forma, ao direcionamento do resultado final de seu próprio trabalho: a audiência. O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Celso Schorder considerou este, um dos motivos para que as pautas ambientais que segundo ele, são as que mais “incomodam” a sociedade percam espaço na grande mídia e se tornem cada vez mais insignificante na agenda jornalística. “Há um determinismo tão grande pela audiência que nós não conseguimos escapar”.

O presidente da FENAJ apontou ainda as grandes indústrias como “poluidores” e responsáveis pelo enfraquecimento da cobertura ambiental e ainda autores da criação de um “falso censo comum” que ilude a sociedade minimizando os problemas ambientais que acometem todo o planeta.

“Nós precisamos vencer a ditadura da audiência por um lado e por outro lado disputar junto aos jornalistas posições que nesse momento estão em grande parte sendo pautadas pelo interesse dos poluidores do mundo”, observou.

Schorder, durante o V Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental em Brasília, avaliou que já é o momento dos jornalistas tomarem postura diante do autoritarismo da audiência   e resgatar o olhar crítico sobre qualquer tema, sobretudo os que tratam do meio ambiente.

“Nós não podemos como profissionais da área de comunicação, especificamente o jornalismo compartilhar o censo comum. O censo comum geralmente ele é produzido da não informação, ou seja, da ignorância a respeito de um assunto. A nossa obrigação é superar o censo comum e permitir que a sociedade supere também”.

Especialização

Durante o congresso Schorder lembrou que os profissionais dos jornalismos precisam  além de incorporar pautas ambientais à agenda, integra-las a outros assuntos de uma maneira transversal e não somente especializada.

“Não é possível ao fazer uma matéria de desenvolvimento sem que se leve em conta o que isso pode impactar e impacta no contexto ambiental. Então é uma obrigação dos jornalistas hoje em dia, ao tratar de qualquer assunto ter um olhar a partir do meio ambiente”.

Por outro lado, ele considerou que ainda se faz necessário um incremento na formação básica e na especialização de jornalistas acerca dos temas ambientais, para que dessa forma, seja possível a produção de um jornalismo crítico, e sobretudo, que paute a sociedade quanto a relevância do tema, fugindo assim do “falso censo comum”.
Por Amanda Lima – Agência de Notícias UniCEUB

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