O Gama é a primeira região administrativa do Distrito Federal a apostar no cultivo de chia, produto raro no mercado brasileiro. O grão é conhecido por benefícios à saúde, por uma alimentação saudável e por ajudar a emagrecer. O produtor rural da cidade satélite Daniel Azeredo resolveu apostar no plantio da semente. Ele é um dos poucos agricultores do país que resolveu apostar no grão.
Daniel de Azeredo afirmou que o produto é de boa qualidade e apresenta lucro. Em meio hectare, equivalente a meio campo de futebol, ele consegue plantar até 40 kg de chia. Daniel vende por R$ 80 cada quilo e reforçou que o produto foi bem visto no mercado. “Já comercializei boa parte da semente e os meus fregueses me relataram aceitação pela semente”, afirmou.
O agricultor, entretanto, disse que há dificuldades com mão de obra para a colheita. Ele afirma que pelo grão ser pequeno complica na hora de colher e que faz falta um serviço ou um maquinário especializado na semente. O produtor decidiu largar o concurso público para realizar o sonho de ter uma área rural. Ele comprou um terreno no Gama, onde iniciou as plantações.
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O técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) do Gama Márcio Machado ressaltou que é mais difícil começar do zero uma produção. “Temos um produtor que está começando e esse produtor está encontrando dificuldades na colheita. Porque é uma coisa muito diminuta, pequena e é difícil fazer a colheita manual”, informou.
O especialista, contudo, acredita que o pioneirismo também pode ajudar. Para ele, o fato de ser inédito abre as portas do comércio e pode ajudar a manter no mercado. Segundo Machado, a rentabilidade das produções pode servir de um incentivo para novos cultivos e associações.
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“Essas são as vantagens né, mais econômica. Toda cultura que você começa é difícil até enfrentar, ter os controles de praga. Mas também tudo que começa tem potencial por ser pioneiro naquela atividade”, informou.
Daniel confessou que já recebeu encomendas de chia de outros estados. De acordo com o produtor, esse ano o ciclo de chuvas foi invertido. Houve mais tempo de seca do que o regular no Distrito Federal. Isso fez com que outras plantações do produtor tenham sido danificadas. A chia, entretanto, não se abalou e foi o cultivo que garantiu ao agricultor não ter prejuízo. “A chia foi a nossa salvadora da pátria”, afirmou.
Fotos: Creative Commons