A nova lei (número 13.290) que obriga o uso dos faróis ligados de automóveis nas rodovias durante o dia completou um mês nesta semana e ainda está cercada de polêmica e dúvidas. A multa para quem infringir a legislação é de R$ 85,13 e rende quatro pontos na carteira nacional da habilitação. De acordo com o professor de medicina social Davi Duarte, doutor em segurança de trânsito, a intenção da lei foi boa, no entanto ainda não é possível avaliar os efeitos práticos da legislação para pedestres e motoristas.

“Pode dar bons resultados. Só que, no caso de um país claro, de luminosidade intensa, não sabemos qual o efeito ainda. Em caso de estradas simples (não duplicadas), o efeito é inegavelmente positivo”, afirma o professor. Ele entende, porém, que é possível identificar efeitos colaterais com a medida: o aumento do consumo de combustíveis em 2,5% em decorrência da luz ligada, a consequente poluição do meio ambiente e a “camuflagem” das motos (já obrigadas a andar de farol aceso antes da legislação). “Isso pode fazer com que outros motoristas não possam discernir as motos”.
“Penalidade muito forte”
Outro efeito colateral é o maior consumo de baterias. “Em veículos que rodam muito, vão usar muito mais tempo o farol. Eu acho que deveria haver um período de adaptação. Essa penalidade é excessivamente forte para o tipo de risco”, afirma. Para Duarte, não é possível avaliar se os efeitos adversos compensam a lei. “A ideia do farol ligado é ver e ser visto. Que se faça notar. O farol ligado só tem utilidade para quem está fora do carro, mas pode chamar a atenção do pedestre”.
Por Laura Name e Sabrina Soares
Foto: Gabriel Jabur / Agência Brasília