Lei pode desobrigar atestado para academia

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Usuários de academias de musculação no Distrito Federal (DF) poderão ser desobrigados a apresentarem atestado médico para treinar nos estabelecimentos. A proposta de lei do deputado Wellington Luiz já foi encaminhada para apreciação do poder executivo local. As associações médicas e as entidades filiadas às academias têm opiniões diferentes sobre o atestado. Na prática, segundo profissionais ouvidos, academias têm feito “vista grossa” para essa necessidade. Academias acabam descumprindo a lei em vigor e matriculam seus clientes sem a apresentação do documento.

Para a assessoria de imprensa do Sindicato dos Profissionais de Educação Física (INPEF-DF), o atestado médico não tem garantido a integridade do aluno nas academias do Distrito Federal. “Será preciso elaborar uma outra forma, algo diferente do atestado”. O sindicato explica ser necessário a utilização de exames.

“Acreditamos que é preciso construir, através de exames, a segurança do aluno, mas sem a necessidade de que seja feito por um médico”. Com uma posição divergente, o cardiologista Lázaro Miranda, conselheiro da Sociedade Brasileira de Cardiologia do Distrito Federal, acredita que a liberação “pura e simples” proposta pela lei, encaminhada ao governador, põe em risco uma parcela da população. “O questionário proposto pela lei, não tem o alcance para fazer um diagnóstico de situações muitas vezes perigosas de quem vai iniciar uma atividade física dentro da academia. Expõe a saúde do usuário ao risco”.

Segundo Miranda, as associações médicas incentivam a utilizavam de academias à população. “Nós temos a clara intenção de facilitar o ingresso das pessoas às academias, pois é a melhor forma de prevenir doenças degenerativas, inclusive com redução de mortalidade”. Ele também lembra não existir a necessidade do atestado médico para a “maioria” das pessoas que praticam atividades físicas. “Nós estamos tratando de quem vai para a academia, porém a grande maioria das pessoas praticam exercícios físicos em espaços abertos, em parques, clubes, entre outros”.

A assessoria de imprensa do INPEF-DF relata o surgimento de doenças posteriormente a emissão do documento. “O atestado não garante que o aluno tenha alguma doença após o médico o examinar. O corpo humano é imprevisível”. Miranda ressalta que o médico pode ser responsabilizado caso o usuário sofra algum problema de saúde após a emissão do atestado. “Existem as doenças crônicas, que podem nos responsabilizar, e as doenças agudas como uma inflamação no coração ou uma infecção. Este não podemos ser responsabilizados, pois são imprevisíveis”.

As irregularidades cometidas atualmente por “algumas” academias, são descritas pela assessoria de imprensa do INPEF-DF. “O cliente não vai para a academia se matricular já com o atestado. Porém algumas academias aceitam o aluno e recomendam que ele traga depois, mas muitas vezes o aluno não leva”. A emissão de atestados por “amizade” precisa ser combatido acredita Lázaro Miranda, mesmo sendo difícil. “É preciso fazer um concientização, e nós faremos esclarecimentos em nossos congressos para debater a seriedade na emissão dos documentos médicos. Caso o médico seja pego, ele irá responder por suas atitudes”.

O cardiologista alerta para o perigo na utilização de anabolizantes. “Algumas vezes fazemos um atestado médico da melhor forma para um jovem que possui saúde plena. No entando, ele acaba sendo levado por colegas e passam a utilizar de anabolizantes. Isso tem ceifado as vidas de muitos jovens”. Ele pondera que a obtenção geralmente acontece fora das academias de musculação.

Por Lucas Valença

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