Em assentamento, trabalhadoras vivem o desafio de empreender

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Os moradores do assentamento Margarida Alves acomodam-se em 208 barracos de madeira, com luz improvisada e escassez de água. Fundado em 2014, pela Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), a terra ainda não foi contemplada no processo de regularização do GDF. A localidade está na região de Nova Colina, zona rural de Sobradinho- DF. Na luta pela sobrevivência, mulheres buscam em empreendimentos, o sustento de suas casas e o refúgio para os desafios da vida.

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Após dois quilômetros de estrada de chão, a placa “bem-vindo ao Margarida Alves” indica que chegamos à comunidade. O local carrega o nome da defensora dos direitos humanos e sindicalista brasileira. Margarida, nascida na cidade de Alagoa Grande (PB), notabilizou-se pelo direito dos trabalhadores no campo, e morreu assassinada em 1983, com 50 anos de idade.

Trinta e nove anos após sua morte, Margarida continua a inspirar movimentos sociais. Desde o ano 2000, mulheres de todo o país marcham até a capital federal, a cada quatro anos, para homenageá-la e lutar contra pobreza e violência de gênero. A última edição, em 2019, reuniu mais de 100 mil participantes. As mulheres do assentamento sabem pouco sobre Margarida Alves, mas compartilham histórias de luta e resiliência. 

Nas manhãs de domingo, o som alto e a movimentação na avenida principal revelam que a feira está funcionando. A líder dos comerciantes, Damiana Conceição Pereira, 31 anos, explica que assim como nas moradias, o espaço para a banca da feira é cedido para moradores que queiram empreender. O empreendedor constrói a barraca por conta própria e paga uma taxa de R$ 80 para instalação de água e luz no estande.

Além disso, os feirantes organizam-se para criar estratégias e dividir os custos de melhorias para o local. “Agora mesmo, a gente tá trabalhando para organizar a iluminação da frente. A gente teve a ideia de deixar a avenida iluminada. Trocar as lâmpadas para clarear de ponta a ponta”, esclarece Damiana. Das 28 bancas, 21 são de mulheres. Elas expõem seus produtos nos estandes de madeira,  na esperança de fazerem boas vendas no fim de semana.

“A gente nunca pode querer só para a gente”

Damiana Conceição

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