Microfone e riso fácil: conheça comediantes de stand up no Distrito federal

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Rir do próprio cotidiano com exageros e piadas emendadas uma sobre a outra tem sido o caminho teatral de comediantes de stand up no Distrito Federal. A capital tem se tornado palco para nomes de peso nessa área de entretenimento.

Um dos precursores dessa arte de fazer rir na capital é Magno Martins, 24 anos. O comediante conta que os temas que geralmente são abordados nas apresentações para o público advém de relações pessoais e experiências de vida. “Não escolho tema para falar. Simplesmente apresento quando acho que tenho alguma coisa interessante. E isso pode ser desde assuntos mais pessoais a outros que são debatidos hoje em dia”, ressaltou.

Magno Martins em uma das apresentações em um restaurante de Águas Claras Foto: Thiago Nunes/Agência de Notícias

Para o também comediante de Samambaia Tiago Santineli, 25 anos, não existem temas pré-definidos em um show de Stand-Up. Os assuntos variam de acordo com cada um. “Vão desde temas como faculdade, escola até piadas sobre minha convivência com meu melhor amigo ”, relatou.

Ele destacou que as principais inspirações para apresentar os espetáculos são desde os fracassos pessoais até relacionamentos com familiares e pessoas próximas. “Geralmente são assuntos e fatos que permeiam a minha vida e meu cotidiano”, comentou.  “Mas toda piada tem um direcionamento. Não existe uma piada no mundo que não tenha um alvo”, acrescentou. No entanto, na visão dele, a barreira que existe na comédia é o bom senso de avaliar o tipo de público que ele tem na sua frente.

Inicialmente Tiago esperava nos shows alcançar desde crianças de 12 anos até pessoas da terceira idade com 98 anos. Mas ele consegue um seleto público de pessoas: são adolescentes e adultos. “A faixa etária que observamos nos shows são de pessoas de 15 a 45 anos”, complementou.

Tiago Santineli em uma das apresentações de Stand-Up. Foto: Thiago Nunes/Agência de Notícias

Outro comediante, também de Samambaia, é Rafhael Galvão, 25 anos. Ele comenta que pelo fato de o conteúdo ser mais ameno, é possível encontrar pessoas de diversas idades na plateia. “Como meu material é bem leve, eu consigo atingir quase todas as faixas etárias”, ressaltou. As inspirações, no entanto,não diferem muito dos colegas nas horas de escrever uma piada. Assim como Tiago, Rafhael explicou que os melhores resultados vêm de relações baseadas no cotidiano, com a família e amigos, além de algumas interações sociais.

Léo Lins na apresentação Bullying Arte. Foto: Thiago Nunes/Agência de Notícias

Inspirações

Recentemente em um show em Brasília, chamado Bullying Arte, de Leo Lins, Rafhael, o comediante de Samambaia Rafhael Galvão reforçou que Leo é uma das inspirações para que hoje ele esteja escrevendo piadas. Léo Lins, 34 anos, é  reconhecido como uma das pessoas de maior influência na área.

Após uma das apresentações, Leo relatou que nem sempre o riso é um dos principais objetivos nos shows, mas, sim, a diferença que ele pode trazer na vida das pessoas após o término do espetáculo. “Quando faço uma piada meu objetivo é sempre a risada. O humor é uma forma de criticar alguns problemas”, comentou.

Para saber Mais

Para o professor de artes cênicas, ator e comediante, Edson Duavy, 39 anos, a teoria junto com a prática de fazer humor estão sempre interligadas. Porém, segundo ele, nem todo comediante que sobe aos palcos para contar piadas precisaria, necessariamente, ter sido antes formado em artes cênicas “Inclusive nós temos muitos Stand-Uper’s (comediantes de Stand-Up) que nunca fizeram teatro. Existem muitos publicitários, redatores, escritores de livros e jornalistas nesse meio, porque é muito da questão da palavra” pontuou o professor.

O início do “humor de cara limpa” é um mistério ainda indecifrável para muitos estudiosos da área. Na opinião do professor, essa vertente não teria necessariamente surgido dos menestréis nem dos palhaços. “A pessoa que fazia o papel de apresentador ou, como é chamado hoje em dia, mestre de cerimônia cumpria o papel de apresentar os entre-quadros. Nisso eles acabavam contando histórias para entreter o pessoal de uma maneira divertida e jocosa. Isso foi se aperfeiçoando até chegar ao Stand-Up que hoje conhecemos desde a década de 1960”.

Thiago Nunes

Sob supervisão de Isa Stacciarini

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