A Associação dos Moradores da Península dos Ministros afirmou, nesta segunda-feira (24), que o governador Rodrigo Rollemberg fez um “espetáculo” para a mídia com a derrubada de cercas, muros e objetos na QL 12 do Lago Sul, ponto considerado de luxo em Brasília (DF). A ação da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) ocorreu 10 anos depois da decisão judicial que ordenou a remoção das construções irregulares à margem do Lago Paranoá. Com 37 lotes irregulares na Península dos Ministros, o governo explicou que a remoção ainda deve demorar. “Depende bastante das condições de cada lote”, explicou a agência do governo.
Para o presidente da associação dos moradores da Península dos Ministros, Marcos Drummond, a decisão do governador se deu de forma arbitrária. A associação afirma não ter sido noticiada num tempo razoável. “O governador decidiu fazer um espetáculo para a mídia, não permitiu que os moradores removessem as cercas por conta própria”, comentou. Drummond esclareceu que respeita a lei e garantiu que não houve resistência na retirada. As cercas, segundo reclamava a comunidade, transformavam o local público em espaço “particular”.
“Todos foram avisados em março”

A Agefis esclarece que todos os moradores foram avisados em março deste ano. “Todos os moradores foram notificados em março, sendo adiado após uma liminar dos moradores, mas todos foram avisados”.
Segundo a Agefis, a área é pública e os 30 metros à margem do lago são de proteção permanente, não podendo ser “privatizada”. “Precisamos voltar a democratizar o uso. O local é público, não se pode restringir o acesso”. Esclarece também que a decisão se prolonga a 10 anos. “Quando chegou um executivo que se interessou, o cumprimento da justiça saiu”.
Por Lucas Valença
Imagem de abertura: Agência Brasília