A Coleta seletiva no Distrito Federal divide opiniões sobre o seu funcionamento. Moradores que aderiram à campanha desaprovam o destino final de todo o resíduo coletado. A Central de Cooperativas (CENTCOOP) relata que o material reciclável chega misturado com o orgânico para os catadores. Entretanto, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) garante que 100% do material recolhido para a coleta seletiva é depositada nas associações de catadores, que não existe transbordo, passagem de lixo para outro caminhão, nem outro tipo de tratamento do que é recolhido.
No primeiro ano, a expectativa era que 10% da população aderissem à coleta seletiva, mas em apenas seis meses o percentual já chegou a 8%. Mesmo com os dados positivos desse período, os moradores reclamam que o esforço feito para separar o lixo seco do orgânico acaba quando o caminhão da coleta seletiva recolhe o material.
O diretor adjunto do SLU, Hamilton Ribeiro, diz que existem alguns problemas operacionais, mas toda vez que são identificados por parte ou por ação da fiscalização do próprio o SLU e parte das ouvidorias, providências são tomadas como substituição de equipes e demissão de funcionários. Mas ele ressalta a importância da população de fazer a separação e de cobrar boa qualidade do serviço “É importante que a população sempre faça a parte dela e que cobre toda vez que identificar uma falha da parte do governo, o que o sistema operacional não está funcionando”.
No entanto a Central de Cooperativas de Materiais Recicláveis do Distrito Federal afirma que no início muitos catadores reclamavam da grande quantidade de lixo orgânico, animais em estado de decomposição, e outros resíduos que não são recicláveis como eletrodomésticos que vinham misturados ao material. A diretora da secretaria da central de cooperativas, Aline Sousa, diz que o SLU demora para buscar os rejeitos por não ter um plano de retirada, o que acaba dificultando o trabalho dos catadores “Eles ficam de uma forma lá não apropriada. Chega ao ponto que prejudica o próprio trabalho na cooperativa por conta da quantidade de volume que fica se acumulando.”
Em algumas cidades satélites moradores dizem que o caminhão parou de passar ou passam em horários e dias diferentes do combinado. Hamilton garante que não há parada na prestação de serviço e as adaptações de rotas são atualizadas e informadas no site, mas é o cidadão que tem que identificar algum descompasso e utilizar o serviço da ouvidoria para o SLU ter ciência dessas falhas operacionais. Ele diz que não acredita que a empresa não tem nenhum motivo para parar de recolher, pois ela é remunerada pelo peso que coleta. O síndico de um condomínio residencial no Sudoeste, Marcelo Sicolli, diz que no inicio o caminhão da coleta seletiva passava com uma música, mas nos meses subsequentes a mesma parou “No condomínio fica difícil de acompanhar se aquele é o caminhão do lixo orgânico ou se aquele caminhão especifico da coleta seletiva”.
A diretora da Central de Cooperativas acredita que, falta informação para a população e que deveria ser criado um programa de conscientização ambiental em todas as cidades do df. O diretor do SLU reconhece que ainda existem alguns problemas operacionais, mas que, quando a fiscalização do próprio SLU e as ouvidorias identificam irregularidades, as providências são tomadas. Já houve substituição de equipes, demissão de funcionários, por exemplo. A coleta seletiva ainda passa por uma fase de teste, para que o serviço possa ocorrer de forma correta é necessário que os moradores respeitem os dias e horários da coleta e se atentem na separação do lixo orgânico e do lixo seco. Se possível, o material deve ser descartado em embalagem transparente.
Entenda a Coleta Seletiva:
De acordo com o SLU, a Coleta seletiva é o recolhimento de materiais recicláveis (papel, plástico, metal e vidro) que não devem ser misturados ao lixo comum das residências ou local de trabalho. Trata-se de um cuidado dado ao resíduo que começa com a separação dos materiais em orgânicos e inorgânicos, e, em seguida, com a disposição correta para o reaproveitamento e reciclagem.
O básico do material que se considera normalmente o lixo seco são: as garrafas pet, as caixas tetra park, papelão, plástico e vidro. A recomendação é que eles sejam limpos. O SLU não aconselha a lavagem para que não haja um excessivo custo de agua. Mas por exemplo, se foi feita uma lavagem de louça e o ralo da pia ficou tampado, a limpeza dos materiais pode ser feita com aquela água. Se o recipiente plástico está com um material muito como gordura ou algo que não dá pra limpar é melhor que ele seja descartado como orgânico. A frequência da coleta seletiva varia de uma a três vezes por semana.
Já o lixo orgânico são: restos de frutas, alimentos, guardanapos, papel do banheiro. A coleta orgânica é feita na maioria das cidades todos os dias só em alguns locais que ela é feita alternadamente dia sim e dia não, quanta a frequência da coleta seletiva, varia de uma a três vezes por semana.
Por Júlia Campos