Necessidades urbanas da população idosa são analisadas em livro

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“Esta população, que há pouco inexistia, hoje é parte importante na demografia da nossa cidade, e é formada por indivíduos ativos”, afirma a arquiteta Maria Eduarda Vasconcelos. Ela é a autora do livro O desenho urbano e o envelhecimento populacional, lançado neste mês pela Riobooks.

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Segundo dados da Codeplan, a população idosa do DF cresceu e, segundo projeções do IBGE, até 2030 esse número deve passar de 500 mil habitantes. Em 2018, 303.017 idosos residiam no DF, cerca de 10,5% da população total de aproximadamente 3 milhões. E foi diante dessa mudança que a arquiteta Maria Eduarda percebeu que o cenário urbano não acompanhou essa mudança e que não há o suporte adequado para esse grupo etário.

“A ideia do livro surgiu tanto da observação dos espaços urbanos no Brasil e no exterior, e seu uso específico pelos indivíduos da terceira idade quanto da própria consciência de que a população idosa vem crescendo nas quadras no Plano Piloto, especificamente, Asa Sul, com demandas e necessidades muito específicas de deveriam já estar sendo pensadas como política de planejamento urbano,” explica a autora. 

Pesquisa

Maria Eduarda Vasconcelos, 52, é diretora de escritório de arquitetura e viu na produção de mestrado, voltado para arquitetura e urbanismo, esse cenário a ser pesquisado. Ela conta que, em seu processo de escrita do livro, sua parte favorita foi quando ela estava em campo em busca de informações e projeções sobre a estrutura da cidade.

A arquiteta realizou visitas a superquadras e entrevistou os idosos, naturalmente , habitantes do Plano Piloto que a ajudaram em sua pesquisa sobre os coletivos urbanos, como as hortas comunitárias, ioga nas quadras, feiras de alimentos orgânicos , rodas de choro na banca de jornal, e atividades culturais e desportivas.

“Além disso, a noção da velhice  ativa, saudável, sustentável, ativa civicamente que se faz presente no cenário mundial da atualidade, bem como as políticas de países como Japão e EUA, que podem otimizar as oportunidades nas áreas de saúde, sociabilização e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem”, afirma a autora. Ela ainda explica que as políticas exteriores em relação a essa mudança urbana interferem no sistema de saúde pública como um todo.

O livro aborda as mudanças urbanas necessárias para a população da terceira idade. (Foto: DIvulgação)

A arquiteta explica que houve uma alteração nas relações familiares nas últimas décadas. O que antes era um núcleo de convivência mais dentro do lar, com os famosos almoços de domingo, se tornou algo mais amplo, utilizando de espaços públicos para passar tempo em família, como restaurantes e clubes. “Na minha opinião, é o momento ideal para se combinar a vontade da população em vivenciar a cidade, a percepção política do governo em relação a esta necessidade e uma velhice crescente, cada vez mais ativa e mais participativa.”

Por Mayariane Castro

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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