Com a chegada da Páscoa, os consumidores se depararam com o custo elevado dos ovos de chocolate tradicionais que marcam o período. De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), os produtos tiveram um aumento de cerca de 11% em relação ao ano de 2020. Assim, os ovos caseiros surgem como uma alternativa para que a tradição de Páscoa se mantenha de forma proveitosa e, além disso, mais em conta.
Nesse sentido, a contadora e confeiteira Lydia Maia Guerço, de 27 anos, afirma que aproveitou a oportunidade do mercado de ovos caseiros para fazer um curso on-line de confeitaria gourmet e pôr em prática o desejo antigo de fazer doces, que leva a inspiração em sua avó. Antes mesmo de começar a produzir seus próprios ovos, Lydia admite que eles sempre chamaram sua atenção comparados aos tradicionais, uma vez que, segundo ela, os convencionais oferecem apenas uma “casca oca” de chocolate e que as empresas vendem a marca e não a qualidade do alimento.
Ovo caseiro da Adoçou (Foto: Arquivo Pessoal)
Dentro desse cenário, a dona da confeitaria artesanal “Adoçou!” reforça a ideia de que a diferença entre os dois tipos de produto não está somente no sabor.
“As pessoas que trabalham com ovos de páscoa caseiros colocam todo seu amor e dedicação ali. Então, se você come um ovo feito por mim e come a casca de um ovo de mercado, nitidamente percebe o quanto os caseiros valem mais a pena. Além de que os preços de mercado são absurdos e não condizem com o valor de custo/mão de obra”, argumentou.
Por outra perspectiva, a também confeiteira Luma Macedo Ningeleski, de 19 anos, é estudante de veterinária e encontrou no negócio de doces caseiros outra alternativa para ajudar os animais além de sua futura profissão.
A jovem iniciou fazendo apenas brigadeiros, mas, com o advento da Páscoa, começou a produzir ovos de colher devido a grande aprovação de seus consumidores.
Os ovos de colher do “Brigadeiro Solidário” (Foto: Arquivo Pessoal)
Desde o princípio, o objetivo fundamental de Luma com seu projeto “Brigadeiro Solidário” é destinar os lucros para ONGs focadas em ajudar os animais e pessoas que estejam em situação de necessidade. Entretanto, a jovem não se restringe à ele, buscando também levar qualidade às mesas e valor ao trabalho do comércio da região.
“Os ovos de mercado tem muito conservante, podem durar muito tempo nas prateleiras. Já os produzidos em casa são feitos com recheios especiais e amor, tem um toque diferente. Para mim, é bem mais saudável, porque além de não ter conservante nenhum, você vai estar ajudando um comerciante local com a renda dele, ou, como no meu caso, uma causa beneficente”, explicou.
Do ponto de vista do consumidor, a escolha dos ovos de Páscoa não se dá apenas pelo lado financeiro, mas também pelo sabor. Para o estudante João Pedro Tôrres, de 19 anos, que sempre consumiu tais produtos, os ovos artesanais são feitos com uma melhor qualidade e são mais gostosos, e, acima disso, não impactam negativamente no espírito pascoal, que, para ele, é o principal pilar da comemoração.
Por Arthur Ribeiro e Thiago Quint
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira