Lixo e água a céu aberto. Garrafas de plástico, papel e outros materiais usados, que deveriam estar em lixeiras, ganham na capital do país um espaço incomum: os tetos das paradas de ônibus. O material pode ser convites para procriação de insetos, inclusive larvas do transmissor da dengue. As campanhas realizadas pelo Governo do Distrito Federal, em pareceria com o Ministério da Saúde, não contemplam alertas ao hábito que vai contra a ideia de espaço público.
Escondido no alto, o lixo fica acumulado e não chama atenção dos profissionais de coleta de lixo. Os organismos públicos têm pedido apoio ao trabalho dos agentes comunitários de saúde.
Dengue – O DF sofreu um aumento espantoso de casos de dengue em relação a 2009. Foram 160 casos confirmados até abril de 2009, contra 2.566 até o mesmo período de 2013. Apesar de todo esse aumento de casos da doença, o espaço urbano do DF não se ajustou totalmente ás novas maneiras. Deixando, assim, as pessoas vulneráveis a certos riscos.
O estudante Matheus Fatel espera o ônibus para ir à faculdade cerca de uma hora todos os dias. Morador do Núcleo Bandeirante, Matheus afirma que apesar de nunca ter tido dengue, a sujeira traz perigo em lugares para as pessoas usam o ônibus como meio de transporte. O universitário reclama do descaso do governo com a população; “De modo geral, é o governo que não incentiva a prática da reciclagem, limpeza e campanhas educativas em relação ao meio ambiente. Se houvesse esse tipo de conscientização, a população certamente não sujaria a cidade dessa forma”, concluiu Matheus.
Mas não é somente Matheus que incomoda esse problema. Lorrane Albiero, também estudante, ainda ressalta a poluição visual, e se preocupa com possíveis animais que essa sujeira pode atrair, trazendo outras doenças. Ela acredita que tanto a população quanto o governo têm culpa e diz: “O governo deve investir igualmente em campanhas e limpeza”, afirmou a estudante.
Maria Inês Magalhães, que também passa muito tempo esperando pelo transporte, reclama da falta de iniciativa de limpeza dos órgãos públicos; “O governo deveria investir mais na manutenção das paradas de ônibus para evitar esse tipo de coisa, assim estimularia a população a cuidar melhor desse ambiente”. Ela também ressalta a importância do incentivo às práticas didáticas; “Acho que campanhas educativas são extremamente importantes para a conscientização da população, mas acho que é necessário investir muito em limpeza urbana hoje em dia”.
Apesar de toda a situação e reclamações, quando questionado sobre isso, a assessoria de comunicação do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), disse que a higienização ocorre semanalmente.
Débora Quaresma e Deborah Fortuna – Agência de Notícias UniCEUB