Ponto eletrônico gera resistência em profissionais de saúde, diz coordenadora do Hospital da Criança

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A implementação do ponto eletrônico gerou resistências dos médicos, segundo a coordenadora de administração de pessoas do Hospital da Criança de Brasília, Maria Rilda Silva. Com o ponto, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal espera ter maior controle sobre a jornada de trabalho dos profissionais.
O Hospital da Criança de Brasília foi o pioneiro na implantação do controle eletrônico de frequência no Distrito Federal. Segundo Rilda, o Hospital da Criança é uma Organização Social, isso significa que a instituição utiliza recursos governamentais,  embora a gestão seja feita por uma empresa privada. Alguns funcionários são regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e outros são servidores públicos.

 De abril a maio, a administração do hospital tentou fazer testes de implantação do ponto eletrônico. “Tivemos dificuldades, principalmente com os médicos da Secretaria que, em geral, são servidores com 20 e até 30 anos de serviço público. Eles se negaram a prestar informações necessárias ao sistema, como o número do PIS”, informou a coordenadora. A situação mudou por causa de uma portaria que obrigou a todos à submissão do controle eletrônico.
De acordo com a coordenadora, é muito comum que médicos trabalhem em outras unidades hospitalares. “É na locomoção de um local para o outro que acontecem os atrasos desses profissionais”. Em dois meses de controle de frequência eletrônica a coordenadora afirmou que é possível identificar essa impontualidade dos profissionais. “Infelizmente ainda não foi possível reduzir o tempo de espera dos pacientes, mesmo com a frequência eletrônica”, disse.
Desde o mês de junho, funcionários e servidores têm a frequência controlada pelo ponto eletrônico que funciona com pressão de digitais e, eventualmente, com chip de crachás. Atualmente, de acordo com Maria Rilda, caso o profissional não cumpra a carga diária, o hospital trabalha com a compensação. “O funcionário tem 30 dias para compensar o período e caso ele trabalhe a mais terá direito a folgas”.
Atualmente, de acordo com a coordenadora do hospital, existem 150 médicos trabalhando e aproximadamente dez deles ainda recusam-se a bater o ponto eletrônico. Para ela, a categoria pode ser considerada uma das mais resistentes do país. “Por causa do trabalho deles em salvar vida e lidar com doenças, eles consideram ´burocracias administrativas´ irrelevantes à profissão deles”.

Por Elaine Andrade – Agência de Notícias UniCEUB

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