O professor José Calvo González, de Teoria do Direito e Filosofia do Direito na Universidade de Málaga (Espanha), defendeu que a literatura deve ser parte fundamental para compor a formação jurídica dos profissionais da área. Ele lançou, em Brasília, o livro “Direito Curvo”, no UniCEUB.
A palestra com o nome “direito e literatura” relaciona a arte literária com a advocacia, haja vista, segundo defende, o fato de ambas serem ambíguas, de haver diversas interpretações, e de não existir uma verdade absoluta, apenas uma imitação da realidade. Ao dizer “o jurista que só Direito sabe, nem Direito sabe”, Calvo defende que para a formação em Direito, as faculdades deveriam incluir literatura como matéria, afinal, como foi dito pelo professor “o direito se faz com literatura”.
Ele fez uma analogia com o Cubismo, nas Artes Plásticas, que seria a tentativa de mostrar todos os ângulos possíveis em quadros planos. O professor o compara ao Direito Curvo, quando diz que este é o Cubismo da linguagem. Calvo, também, denomina já que, em sua observação, o Direito se empena, se arqueia e se curva.
A afirmação “não é só o autor que escreve, mas o leitor reescreve”, dita pelo palestrante, corrobora com o que o professor brasileiro Lenio Luiz Streck escreveu no posfácio do livro de González “eu dou às palavras o sentido que eu quero” (citação do livro Alice através do espelho). As frases, claramente, indicam que um jurista (que lê, ou seja, que tem conhecimento) pode fornecer o sentido que quiser aos acontecimentos, assim, interpretá-los de a maneira que lhe convém.
Por Jade Abreu – Agência de Notícias UniCEUB