Wicca trata-se de uma religião neo-pagã com influências pré-cristãs que surgiu na Europa Ocidental. Dentro desse universo, coexistem em harmonia sistemas de crenças, como o grupo brasiliense Tradição Caminho das Sombras (TCS), fundado em 2006 pela sacerdotisa Naelyan Wyvern. Um dos integrantes do grupo, Dimitrae Keetan, conta que a TCS se baseia na busca pelo equilíbrio entre luz e trevas, ordem e caos. Segundo ele, todos os itens caracterizam a luta diária dos seres humanos.
Confira nosso programa sobre os Wiccas na capital:
Segundo Keetan, a cultura pop tem ajudado a disseminar a religião. A partir de 1990, filmes com bruxos retratavam pessoas com qualidades e defeitos. “Tivemos jovens bruxas que se deixaram levar pelo poder e outras que não foram influenciadas. Harry Potter retrata o Voldemort e mostra como ele é mau por não tem caráter, não porque ele é bruxo. A magia não faz com que eles sejam melhores ou piores”, expllica. Keetan faz analogia a dois grandes sucessos do cinema e da literatura sobre o mundo mágico: os filmes Jovens Bruxas e a série Harry Potter.
Os jovens são, em grande maioria, os consumidores principais dos produtos relacionados ao universo da magia e da fantasia. Histórias se popularizam e ajudam a diminuir o preconceito. Mas, para o professor e um dos sacerdotes do TCS, Agathos Athenodoros, as imagens popularizadas podem passar uma falsa ideia do que é magia. “A maioria das pessoas acha que dá muito menos trabalho do que realmente dá”, conta.
Graças a maior proximidade com o mundo da fantasia, a religião pagã pode se tornar, inclusive, alvo de admiração: “Um aluno leu algumas postagens relacionadas com magia no meu Facebook. Hoje em dia ele até me respeita mais”, ressalta Agathos.
A wicca é, portanto, um sistema de crenças democrático. “As pessoas acham interessante. Não vou dizer que nunca sofri preconceito, mas isso não afeta mais as minhas crenças”, conta Dimitrae.
Por João Victor Bachilli, Jéssica Cunegundes, Alexandra Caldas