A reportagem “Acelere, motô: os explorados do volante no Distrito Federal”, da Agência de Notícias Uniceub. venceu a etapa regional, na categoria jornalismo universitário, do Prêmio Ministério Público do Trabalho de Jornalismo. O material, produzido por Jade Monteiro Abreu e Júlia Campos,, revela como são explorados os motoristas/cobradores, motoboys e caminhoneiros.
O material, além de denunciar, explica o que a sociedade tem a ver com isso e quais os mecanismos para assegurar melhores condições para esses profissionais. Sobre essa etapa regional (Centro-Oeste), a premiação é no dia 14 de agosto.
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Não é só a buzina que fere o ouvido. O silêncio também apavora. Não há luzes que devastem mais do que a escuridão da estrada. Não é só a chuva que molha o para-brisa. Lágrima também molha a janela, de vidro ou da alma. Não são apenas os gritos, os estresses, os pesadelos, os sinais fechados. Não existe placa de “pare” na vida deles. Precisam trabalhar. As ruas e as estradas são os escritórios alucinantes de quem fica oito horas ou mais a acelerar por um contracheque no início do mês. Seta para esquerda. Seta para a direita. Primeira, embreagem, segunda, terceira… Troca a marcha, mas não muda a vida. Essas pessoas têm muita história para contar. Personagens do ônibus ao lado, da moto ao lado, do caminhão ao lado, mas de sonhos ao largo.
Por trás da montanha de ferro, com as mãos no volante, acima do barulho dos motores, existem profissionais explorados. Para eles, no entanto, reclamar é como entrar na contramão. Na capital do país, a do formato de avião, as ruas planejadas ou as estradas que a atravessam são os espaços de verdadeira aventura. Mas sem divertimento. Basta subir na moto, na boleia do caminhão, nos ônibus lotados, e será possível flagrar a falta de condições de trabalho e de direitos. Sobram deveres. Não pode atrasar. Tem que chegar. Tem que entregar. Acelere, acelere, acelere. Nas histórias dos profissionais citados nesta reportagem, a vida passa muito rápido, o banco e a roupa ficam suadas, há perigo de morte. E o mais importante é o seguinte: isso tem tudo a ver com cada um de nós, nas ruas, pedestres, passageiros, brasileiros. Há instrumentos legais, porém, que podem ter som mais alto do que o da buzina. Enquanto isso, freio de mão. Pisca-alerta. Lá vem eles, o sinal abriu.
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O material especial “Acelere, motô!”: os explorados do volante no Distrito Federal, postado no dia 1º de maio na plataforma medium é de autoria de Jade Abreu e Júlia Campos; com artes de Fernanda Roza, Camila Campos e Laylla Santos; imagens e colaborações de Bruna Goularte, Lucas Valença, Felipe Oliveira, Victor Fernandes e Vinícius Brandão; e edição do professor Luiz Claudio Ferreira
A foto acima é da Agência Brasil