Empreendedoras negras no DF encontram caminhos profissionais nas raízes identitárias; assista

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Com influência da mãe, que fazia unha e cabelo para conseguir dinheiro, Adriana Ribeiro criou o primeiro salão especializado em cachos do DF, o grupo Afro Chic, também pela necessidade de conseguir dinheiro. Hoje, possui duas unidades, uma na Asa Norte e outra no Riacho Fundo I, e assim como sua mãe, estimula a filha Isabela, de 20 anos, a seguir seus passos. 

Adriana, com sua mãe Maria Alexandrina, e sua filha Isabela.

Para conseguir atender um nicho específico de clientes, foi preciso que Adriana se especializasse e se capacitasse para tal. “Eu recebi muitas negativas, porque até para empreender você precisa estudar e ter o mínimo de conhecimento para saber o que fazer com seu negócio, com seu dinheiro, para conversar com seu cliente, para contratar pessoas… Se você não tem o mínimo de conhecimento, isso vai dificultar muito”, conta. 

Confira abaixo, de 7m53s até 11m36s, a matéria do Jornal Esquina que conta a história dessas  mulheres que são exemplos de como começar a empreender e enfrentar os desafios: 

TELEJORNAL ESQUINA 2024.1 – PRIMEIRA EDIÇÃO – YouTube

Os dados do Sebrae mostram também que 60,46% dessas mulheres têm dificuldades em fazer a gestão financeira e 53,55% têm dificuldade em se capacitar para fazer o negócio crescer. Esse foi o desafio que Tatiana Lizandra, esteticista e massoterapeuta, teve que enfrentar até conseguir abrir sua própria clínica.

Tatiana, atualmente é estudante de fisioterapia, ensina para mulheres do Sol Nascente, através do projeto Mulheres nas Cidades, atividades como limpeza de pele e remoção de manchas. O intuito é que as mulheres possam se especializar na área e começarem seus próprios negócios.  “Eu comecei como depiladora. Hoje eu falo para as meninas: ‘Fui ficando com curiosidade e fui fazendo vários cursos, até que cheguei até aqui. Então começa a aprender e daqui a pouco você terá uma oportunidade’”.  

A esteticista realiza essa ação através do projeto Mulher nas Cidades, que oferece serviços gratuitos de saúde e assistência para mulheres da periferia. Com apoio da Secretaria da Mulher, a iniciativa atende às mulheres em sete eixos: saúde; desenvolvimento social; desenvolvimento econômico e trabalho; justiça e cidadania; educação; cultura; e qualidade de vida.ativa atende às mulheres em sete eixos: saúde; desenvolvimento social; desenvolvimento econômico e trabalho; justiça e cidadania; educação; cultura; e qualidade de vida.

Danyela Rodrigues é uma das mulheres que buscam se profissionalizar através das aulas gratuitas de Tatiana, a fim de buscar uma saída para o desemprego. “Eu quero abrir meu próprio negócio e não depender dos outros”, fala. 

Empreender não é um caminho fácil, ainda mais para uma mulher que enfrenta desafios diários nesse meio.

Entre as dificuldades que impactam mais mulheres que os homens para empreender, estão a conciliação entre as atividades da vida pessoal e da vida profissional, insegurança por falta de preparo em empreendedorismo, apoio da família e amigos, acesso a financiamento, se capacitar para fazer o negócio crescer, entre outros. 

Segundo dados do Sebrae, que realizou uma ampla pesquisa no Distrito Federal com o objetivo de conhecer os desafios enfrentados pelas empreendedoras da região, registrou cerca de 140 mil mulheres empreendedoras em 2023,  representando 34,3% das mulheres brasilienses. 

Essas mulheres atuam em uma variedade de áreas e segmentos e, em sua maioria,  estão envolvidas em negócios relacionados à moda, beleza, saúde, alimentação, educação, tecnologia, artesanato, entre outros. Além disso, é comum encontrar mulheres empreendendo em serviços de consultoria, coaching, design de interiores, eventos e turismo.

O empreendedorismo feminino tem se expandido para diversos setores, e as mulheres têm demonstrado grande capacidade e criatividade ao liderar negócios em diferentes áreas.

Ainda segundo a pesquisa, 50% dessas mulheres têm como motivação principal para empreender a independência e a autonomia. Esse fato pode ser resultado de um grande parcela dessas empreendedoras, 31,21%, empreendem por necessidade. 

Entre os genitores, as mães são as que mais estimulam as mulheres a empreender. Em geral, o estímulo materno é 50% mais presente do que o paterno. Esse é o caso de Adriana, que aprendeu com a mãe, o caminho para conseguir a própria renda. 


Por Ana Neves, Milena Dias, Luana Nogueira e Paulo Gontijo

Sob supervisão de professora Isa Stacciarini

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