O escritor mineiro Alexandre Fonseca, 42 anos, nasceu com paralisia cerebral e transformou a sua experiência pessoal em literatura.
Ele afirma que a viabilidade da vida de escritor ocorreu por causa das atividades profissionais. Ele entrou via concurso público há 20 anos no serviço público.
“Eu tenho 20 anos de serviço público, minha experiência é, se tiver um cargo de chefia, um cargo de supervisão, uma promoção, aí não sou eu. O que eu consigo é ficar pareado com os outros”.
Ele pondera que em 21 de setembro é comemorado o dia da pessoa com deficiência. Alexandre relata a importância desse dia, que é um ganho para que a invisibilidade do tema não permaneça.
Em sua infância ele relata que na hora do recreio, quando tinha brincadeiras com bola e de corrida, sempre ficava de canto. Meus livros foram a minha companhia”.

Ele escreveu cinco livros. Todos os seus textos têm uma abordagem que leva para a pessoa com deficiência.
Ele escreveu crônicas, romance e poemas.
Aceitação da deficiencia
Alexandre Fonseca fala que, na sua infância e adolescência, não tinha a maturidade para entender a sua própria deficiência.
Ele precisou aceitar a própria existência e aceitar que o corpo era diferente.
Mas Alexandre começou a se expor mais “pra dizer aonde dói, qual é a minha dor, o que eu sinto, o que eu não sinto, o que eu quero, o que eu não quero”.
Ele ressalta sobre a necessidade de falar sobre as dificuldades de inclusão nos dias atuais.
“Eu acho que isso sempre vai ter, sempre vão existir olhares tortos. Mas eu acho que hoje em dia é menos aceitável você agir dessa forma. A minha sensação de quando eu era criança é que isso era mais velado“.
Por André Araújo
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira