O juiz Gilmar Rodrigues da Silva, da 2ª Vara Criminal de Águas Claras, condenou, na terça (24.10), Bruno César dos Santos e Gustavo Vitório Silva por injúria e ofensa em razão de raça e cor e lesão corporal contra Marlla Angélica dos Santos.
Confira abaixo a sentença
A conselheira foi a primeira brasileira a sofrer esse tipo de crime depois de a nova lei de injúria racial entrar em vigência no país.
“Veio a esperança de que nem tudo está perdido, de que a justiça não está perdida. Mas ainda tenho medo de sair na rua”. Para a conselheira tutelar Marlla Angélica do Santos, de Arniqueiras, a notícia é um alívio.
Relembre a violência aqui

Em 13 de janeiro, os homens chamaram a mulher de “macaca” e “preta nojenta”, além de terem agredido ela e o filho. A violência aconteceu na ADE de Águas Claras, depois de uma confusão no trânsito. Apenas dois dias antes, na quarta-feira do dia 11, a lei que equipara o crime de injúria racial ao de racismo foi sancionada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Bruno e Gustavo foram condenados a três anos de reclusão, respectivamente, em regime aberto, e terão que pagar uma multa e danos morais a Marlla e ao filho dela. A decisão cabe recurso.
“Eu chorei. A Justiça foi feita”
Para Marlla, mesmo que a dupla decida tentar o recurso, a decisão é motivo de comemoração.
“Quando recebi a decisão da justiça, através do meu advogado, eu fui chorar. Chorei porque a justiça foi feita, porque eu não tive medo e consegui, de fato, denunciar os meus agressores. Me veio a esperança de que nem tudo está perdido. A justiça não está perdida!”
Apesar disso, ela revela ainda ter medo de represálias. “O ruim é que isso não muda o meu medo de sair da minha casa, dos meus filhos andarem na rua… é um medo constante, mas alivia.”
Por Madu Toledo
Foto: Arquivo pessoal
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira