A universitária de direito Marjorie França, de 24 anos, tinha dúvidas sobre como poderia conciliar os estudos com a maternidade.
Ela disse que temia a possibilidade de que se dedicar à faculdade poderia negligenciar os cuidados com a filha.
Apesar dos desafios enfrentados, como o distanciamento temporário de casa devido à nova dinâmica de sua rotina, ela disse que conseguiu superar esses obstáculos com a família como rede de apoio.
No ambiente universitário, ela percebeu a falta de suporte para mães estudantes, como espaços adaptados para suas necessidades.
Apesar disso, ela expressa gratidão pela recepção positiva dos professores e pela adaptação relativa de sua universidade às suas circunstâncias, essenciais durante o processo.
Embora tenham conquistado espaços sociais significativos, as mulheres continuam a enfrentar desafios únicos, como a dupla jornada de responsabilidades, exemplificado pela experiência de Marjorie.
Confira trecho de entrevista:
Quais foram os receios e medos relacionados à dedicação aos estudos sendo mãe?
Marjorie – “Os meus maiores receios e medos relacionados a dedicação aos estudos sendo mãe, foi não conseguir lidar com a rotina ou de certa forma acaba abdicando um pouco do meu trabalho como mãe e a minha dedicação a educação e ao ensino da minha filha em prol dos estudos.
Como se meu maior receio na verdade fosse ter que escolher entre a família e a faculdade.
Os receios se concretizaram?
Marjorie – Os receios não se concretizaram por completo porque eu achei que eu fosse abdicar muito do meu tempo com ela e abdicar também da educação que eu dou pra ela, de ter esse papel importante de mãe.
Mas, eu consegui driblar isso muito bem, só que infelizmente como eu havia dito, eu perdi um pouco do meu tempo com ela, o tempo de brincar, o tempo de ficar juntas, que agora eu estou estudando e já estou na faculdade e então isso é um pouco complicado.
Novos desafios vieram à tona?
Acredito que o maior desafio, que veio à tona, é que agora além de me preocupar com a escola dela, o dever de casa dela, eu também tenho que me preocupar com a minha faculdade, com os meus estudos. Então acaba que vai ter um dia que ela quer brincar e eu quero brincar com ela, mas eu tenho que estudar, e aí essa nova rotina, a colocar mais uma obrigação na minha vida né e saber pesar isso com ela, foi um desafio grande e está sendo até hoje.
Houve alguma rede de apoio para que você iniciasse essa trajetória?
A minha rede de apoio é a minha família, eles são com certeza a rede de apoio mais importante e assim a única rede de apoio que eu preciso. Eles me apoiaram tanto na gravidez, como nessa trajetória de faculdade, sendo mãe, iniciando o curso e tudo mais. Então assim, sou extremamente grata à minha família, a minha mãe e ao meu pai, me ajudou muito ficando com a Alice às vezes para eu ir pra faculdade, me ajudam também quando eu preciso estudar, quando eu tenho alguma prova importante, então acaba que a gente divide essa responsabilidade e isso é muito importante para mim, acaba que afeta diretamente nos meus estudos e no meu rendimento dentro do curso.
Por Dina Braga e Ágata Lima
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira
