Um policial civil, que integrava um grupo de manifestantes pela intervenção militar no país, foi preso nesta quarta-feira (18) suspeito de ter atirado para cima após discussão com integrantes da Marcha das Mulheres Negras. O conflito ocorreu quando os dois grupos se encontraram em frente ao Congresso Nacional.
Confira a matéria na rádio:
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Segundo a aposentada Marisa Honório, que acompanhou o momento inicial da confusão, afirmou que um civil do grupo do grupo pró intervenção militar deu tiros para o alto quando algumas mulheres tentaram derrubar um cartaz do grupo. “Nós tínhamos uma audiência marcada com a presidente e esse acontecimento pode fazer essa audiência voltar a ser uma possibilidade, pois a tropa de choque barrou a gente depois disso”, disse a aposentada.
Não há na constituição, diferente do que manifestantes defendem, nenhum amparo legal para possibilidade de intervenção militar.
Racismo
Segundo a polícia militar, oito mil mulheres negras de vários estados estiveram em Brasília para uma marcha que pedia maior rigor para crimes de racismo. Elas se revoltam com histórias que acontecem diariamente. A conselheira tutelar da cidade de Rio Claro (SP), Maria de Lourdes Silva, lamentou que o preconceito começa na infância. “As crianças não têm como se defender. Assim, ficam sujeitas a maiores riscos que podem provocar muitos danos”.
Outra participante da manifestação, a estudante de serviço social, Clara Medeiros, contou que médicos de um hospital público se recusaram, em um procedimento médico, a dar anestesia em sua colega de classe. “Eles disseram que negras são fortes como um cavalo, aguentam tudo”, exemplificou.
Por João Victor Bachilli
Foto: Divulgação


