ONG capacita mulheres migrantes para o empreendedorismo no país

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Na primeira aula, aprendem a empreender. Na segunda, como aplicar os conhecimentos na prática. Para as migrantes refugiadas, entender como começar do zero em um país novo é uma luz no fim do túnel. Iniciativas de ONGs como a Vila Internacional, com o Projeto A-TUA-AÇÃO, oferecem uma oportunidade de reconstrução.

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A ONG Vila Internacional, fundada por professoras de língua portuguesa comprometidas com o acolhimento de migrantes em situação de vulnerabilidade social, lançou em 2021 o Projeto “A-TUA-AÇÃO” para impulsionar mulheres migrantes a desenvolverem seus conhecimentos e habilidades rumo ao empreendedorismo feminino.

Guiado por uma metodologia ativa e com carga horária de 60 horas, o curso foca na prática do empreendedorismo, garantindo que as participantes apliquem imediatamente o que aprendem. Ao final do curso, as participantes recebem R$500,00 para impulsionar a criação de seus próprios negócios.

Reprodução: Vila Internacional

Sororidade

Idealizado e produzido por mulheres, do início ao fim, o projeto é composto por profissionais comprometidas em proporcionar oportunidades reais de crescimento, ajudando as participantes a se inserirem social e profissionalmente no Brasil e tornando a comunidade mais justa e culturalmente diversa.

Encabeçado pelas professoras Ana Paula Gabatteli, especialista em português para estrangeiros, e Ana Luiza Gabatteli, mestre em linguística aplicada, o projeto já formou mais de 50 mulheres em todas as regiões do país. Em suas três turmas anuais, foram distribuídos cerca de R$25 mil para apoiar o desenvolvimento dos negócios.

A ONG possui previsão de expandir o projeto para alcançar mais mulheres, fortalecendo a rede de apoio e aumentando o impacto social e profissional positivo na vida das alunas. O objetivo é oferecer um ambiente acolhedor e reduzir as barreiras linguísticas enfrentadas pelos migrantes.

Barreiras e oportunidades

Raquel Boeing Marinucci, cientista política e professora do Centro Universitário de Brasília, ressalta as dificuldades enfrentadas por essas mulheres ao tentar entrar no mercado brasileiro. “Especialmente na fronteira com a Venezuela, as migrantes encontram um ponto de partida para reconstruir suas vidas, mas a rápida inserção no mercado de trabalho continua sendo um desafio.”

Muitas acabam se inserindo em setores com baixas exigências de qualificação, como frigoríficos e construção civil, com baixa remuneração e poucas oportunidades de desenvolvimento profissional.

Ex-aluna relata desafios na migração

Reprodução: Vila Internacional

Johangris León, ex-aluna e ex-monitora do projeto A-TUA-AÇÃO, relatou que o preconceito e a burocracia foram grandes desafios ao tentar iniciar um negócio no Brasil. Ela destacou que o projeto a ajudou a melhorar o idioma e adquirir conhecimentos sobre finanças e administração.

Após o curso, Johangris iniciou seu próprio negócio de vendas de arepas e empanadas, atribuindo ao projeto um papel fundamental em seu sucesso. “O projeto me ajudou em tudo, na visão, na construção e na estrutura de tudo. Faria esse curso novamente.”

Iniciativas bem estruturadas podem transformar vidas. A ONG Vila Internacional é um desses exemplos, capacitando mulheres migrantes, oferecendo formação prática em empreendedorismo e proporcionando recursos financeiros. Esse suporte tem facilitado a inserção dessas mulheres no mercado de trabalho brasileiro, servindo como uma rede de apoio de reconstrução de vida. 

Por Nathália Queiroz, Natália Santos e André Loureiro
Supervisão do professor Luiz Claudio Ferreira

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