Diante do cenário de contrastes extremos, iniciativas da sociedade civil se destacam como agentes de mudança na tentativa de amenizar as desigualdades sociais do DF.
Um exemplo é o projeto Juntos Somos Mais Fortes, fundado por Ana Paula Caldas, que já arrecadou mais de 95 toneladas de doações ao longo de sua trajetória.
Confira abaixo a entrevista
A iniciativa nasceu da necessidade de promover solidariedade e inclusão social, enfrentando desafios como a insegurança alimentar e a falta de oportunidades educacionais para a população mais carente.

Transformando realidades
Dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad), realizada pela última vez em 2021 pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), revelam a disparidade na capital federal: a renda domiciliar per capita no Lago Sul alcança R$ 10.979 mensais, semelhante à de nações como Estônia e República Tcheca.
Em contrapartida, na Estrutural, essa média cai para apenas R$ 695, um valor inferior ao registrado no Haiti.
“Nossa missão é tornar o nosso projeto autossustentável, capaz de promover o desenvolvimento local e inclusão social, diminuindo a fome e a miséria, e oferecendo oportunidades de educação através da arte”, destaca Ana Paula.
Apesar do engajamento crescente de voluntários e apoiadores, a manutenção de parcerias e a retenção de colaboradores comprometidos ainda são desafios constantes. Para superar essas dificuldades, o projeto aposta na realização de eventos comunitários, bazares, workshops e campanhas de conscientização, buscando ampliar sua rede de apoio e arrecadar recursos.

A fundadora do Juntos Somos Mais Fortes também compartilha um conselho valioso para quem deseja iniciar um projeto social, mas não sabe por onde começar: “Comece pequeno, mas sonhe grande. Identifique uma necessidade real na sua comunidade e ouça os envolvidos. Construa uma rede de apoio com voluntários e parceiros e, acima de tudo, mantenha a paixão e o compromisso com a causa que você acredita.”
Com o esforço de iniciativas como essa, a esperança é que, aos poucos, a realidade de tantas famílias em situação de vulnerabilidade possa ser transformada, reduzindo a distância entre os extremos da desigualdade no Distrito Federal.
Por Ágata Vaz e João Pedro Carvalho
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira