Com a matéria “Mulheres ampliam solidariedade e luta na Cidade Estrutural”, a Agência de Notícias CEUB foi vencedora do 1º Prêmio MOL de Jornalismo para a Sociedade na categoria “Jovem Jornalista”.
A premiação, que aconteceu nesta quinta-feira (30/3), coroou o trabalho feito pelas estudantes Ellen Travassos e Malu Souza, que foram até a chácara de Santa Luzia, na Estrutural, contar a história de três lideranças femininas que lutam por sua comunidade.
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A história da pauta surgiu através de um livro-reportagem que a dupla participou. O tema do projeto era os 90 anos do voto feminino, mas elas queriam ir além da política feita no Congresso Nacional e nos grandes centros.
Assim, buscaram a realidade social para poder dar voz a quem por muitas vezes é silenciado e lembrar dos que são esquecidos depois das eleições.
Quando marcaram de conversar com Ana Cristina, uma líder da região, coincidiu de ser um dia em que estava acontecendo uma distribuição de legumes e verduras.
Com muitos membros da comunidade na rua formando filas enormes para pegar os alimentos doados, a pauta foi se desenvolvendo e surgiram novas histórias, como a de Renata, outra liderança, e Carmélia, que abriu uma creche na região.
“Buscamos essa história em Santa Luzia, que fica na Estrutural, uma das maiores favelas do Brasil. Contamos a história de três mulheres inspiradoras, três lideranças femininas que fazem tudo para que todos ali tenham comida, porque muitos dependiam do lixão, que foi desativado, então não tem emprego. São histórias emocionantes, e assim a gente pode contar um pouco sobre e ajudar elas, porque todo dia precisam de doação, muitas mulheres ali não tem o que comer, porque precisam ficar em casa para cuidar dos filhos. Então quisemos trazer esse lado mais humanitário”, explicou Ellen.
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Malu, que mora próximo da região, diz que a disparidade foi o que mais lhe chamou atenção no cenário abordado na matéria.
Enquanto de um lado tem luz, água encanada, esgoto, segurança, a poucos quilômetros de distância dali existem pessoas que não tem nada disso, que sequer possuem água, algo básico para a sobrevivência humana.
“Acredito que o jornalismo tem que fazer isso, falar das diferentes realidades. Elas às vezes dependem de alguns amigos para conseguir água e dar banho no filho, fazer uma comida. Isso é uma verdade gritante, uma coisa muito muito absurda e que a gente precisa entender, conhecer essas mazelas, porque quando não conhecemos, não sabemos da realidade dos outros. Achamos que está tudo perfeito e que o mundo só gira ao nosso redor, mas não é isso”, relatou a vencedora do prêmio MOL.
Assim, a motivação para contar essas histórias foi de dar mais visibilidade e que mais gente possa ajudar o projeto com doações, além de executar um papel intrínseco ao jornalismo: ser a voz do povo.
Recém-formadas na faculdade, a dupla reforça o quão importante o prêmio é para suas carreiras.“Tenho essa honra de ser a primeira vencedora da categoria de Jovem Jornalista, então para mim é muito bom estar aqui. É só o começo. Quero ganhar muitos prêmios e influenciar as pessoas nessa parte da solidariedade”, disse Ellen.
Por sua vez, Malu ressaltou a importância da valorização como uma jovem jornalista. “Esse prêmio representa, para nós estudantes e os que estão começando no meio profissional, que estamos indo pelo caminho certo. Mostra que você tem potencial, reafirma o que você estudou durante a faculdade. É uma coisa muito enriquecedora, é incrível poder ter escrito essa matéria e poder levar essas histórias”, acrescentou a jovem.
Por Arthur Ribeiro
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira