2 semanas após morte de detento na Papuda, família faz protesto em frente ao MP

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Duas semanas após a morte de Cleiciano das Neves Dantas, de 22 anos, no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília (DF), familiares e amigos ainda não receberam explicações oficiais sobre as circunstâncias do óbito.

Nesta terça-feira (15), às 14h, eles se reúnem em frente ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para cobrar justiça e denunciar a situação do sistema prisional da capital.

Cleiciano Dantas e Débora Soares. Foto: Arquivo Pessoal.

Relembre o caso

Segundo o guia de sepultamento, Cleiciano morreu no dia 30 de junho em decorrência de choque hipovolêmico, hemorragia intra-abdominal e rotura de hematoma subcapsular de baço — causas clínicas que geraram questionamentos da família.

O caso segue sob investigação por meio de um Procedimento de Investigação Preliminar (PIP) e está sendo acompanhado pelo advogado da família.

Débora Balbino Soares da Silva, 28 anos, companheira de Cleiciano há cinco anos e mãe dos dois filhos do casal, conta que não conseguiu viver o luto, em meio à organização da mobilização e ao acompanhamento do caso junto a órgãos públicos, como a Defensoria Pública e a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa.

“Tô muito cansada. Ainda não consegui viver o meu luto. À noite, quando fico sozinha, eu choro muito.”

A manifestação, articulada pelo grupo Justiça por Cleiciano, reúne também familiares de outros detentos que morreram ou sofreram maus-tratos na Papuda.

Cerca de 130 pessoas já confirmaram presença no protesto, que pretende dar visibilidade às denúncias de violência e omissão no sistema penitenciário.

Em sinal de luto e resistência, os organizadores pedem que os participantes compareçam vestidos de preto e levem cartazes com a palavra “Justiça”, reforçando a exigência por respostas e mudanças estruturais. Para Débora, o ato representa uma luta coletiva.

“Não é só pelo Cleiciano. Tem outras famílias que passaram pela mesma dor. É sempre a mesma história: ‘passou mal e morreu’ ou ‘se suicidou’. A gente espera melhorias nas condições dos internos, mais transparência e respeito com as famílias”.

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Por Ana Tominaga
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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