Saudade, medo e o frio das ruas marcam o dia das mães de Cássia do Santos, de 27 anos. Há cinco meses nas ruas, ela não vê os quatro filhos desde de dezembro do ano passado e neste dia 12 de maio as lembranças com os filhos ficarão apenas guardadas no coração.
Nascida em Barreiras na Bahia, Cássia veio para Brasília em 2019 na busca de emprego e melhores condições para sua família. Ao chegar, conseguiu uma oportunidade de emprego como diarista e passou a viver na casa dos patrões.
Trabalhou por cinco anos nesta casa, mas em janeiro deste ano, a família decidiu vender a casa e Cássia ficou em situação de rua. “Assim que fui demitida, tive que me separar dos meus filhos. Eles voltaram para Barreiras para morar com o pai”, conta.
“Há 3 semanas”
No Centro Pop (Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua), a diarista está à procura de moradia e expressa a sensação de estar na rua. “Eu estou aqui há três semanas tentando abrigo, mas parece que eles só ajudam homem, não tem muita mulher por aqui. Viver na rua dá medo, a gente passa frio e não consegue dormir direito”.
“O que eu mais quero é ficar perto dos meus filhos. Eu quero conseguir um emprego para poder estar com eles no próximo dia das mães”. Cássia mantém contato com seus filhos todos os dias pelo celular, mas a saudade continua forte.
“O frio da rua aperta ainda mais a saudade. Meu maior desejo é que eles terminem os estudos, tenham um bom emprego para não passarem por essa humilhação também.”, lamenta Cássia.
Por Ayumi Watanabe, Júlia Lopes e Maria Beatriz Giusti
Foto: Agência Brasília/Arquivo
Supervisão: Luiz Claudio Ferreira