Feira da Ceilândia: cozinheira espalha o cheiro da comida potiguar logo pela manhã

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Com saudade da cidade natal, Neide Santos, 32 anos, acorda todo dia às 6h da manhã  para começar a fazer o almoço nordestino que serve há quatro anos na praça de alimentação da Feira da Ceilândia. A mulher, que nasceu em São Miguel do Gostoso (RN), faz o brasiliense, que passa pela feira, sentir o cheiro forte e o sabor inesquecível dos pratos nordestinos preparados pela potiguar. 

Mocotó, sarapatel, dobradinha, moqueca, caruru, buchada, carne de panela e baião de dois deixam a cozinheira e a família mais perto da terra natal. Neide conta que alguns dos clientes fiéis também são nordestinos e encontram no restaurante um jeito de voltar para casa. “A maioria dos clientes do restaurante são de lá (nordestinos) e aparecem aqui só para comer a comida típica. Também temos muitos clientes que nasceram em Brasília, mas amam a nossa comida”, explica. 

Neide veio para Brasília, sozinha, com apenas 14 anos de idade. O que aquela adolescente trouxe com ela foi a saudade de casa. Na capital federal, a vida também foi dura. A jovem trabalhou como diarista e babá até arrumar emprego fixo na Feira da Ceilândia. A paixão da mulher pela culinária surgiu depois que a ceilandense saiu do ramo das roupas e decidiu abrir um restaurante com a irmã. Hoje, Neide tem uma equipe de seis pessoas e consegue sustentar a casa, junto com o marido. 

“Nunca tive a oportunidade de terminar os estudos, ou escolher alguma profissão para seguir. Passei muita fome na vida, mas hoje alimento muita gente. É gratificante pensar que venci na vida dessa forma. Tenho orgulho do meu trabalho e de hoje poder ajudar tantas pessoas”, revela.

 

Em família

O restaurante “Cozinha da Neide” recebe mais de 50 pessoas por dia para almoçar. Toda comida é preparada na cozinha do local por Neide e a irmã. Os dois filhos da nordestina, Lucas, 19, e Letícia, 21, também ajudam a mãe a servir as mesas e anotar os pedidos. Neide conta que às 10h30 o almoço já está pronto para receber os clientes. 

“As pessoas chegam aqui cedo para almoçar. Muitos aproveitam o horário de almoço do serviço e outros estão passando por aqui e param para comer. Então, se a comida não estiver pronta cedo, a gente perde muito cliente”. 

Na Cozinha da Neide, o cliente tem a opção de escolher entre o prato feito (que sai a R$ 12), marmitex e o self-service (que sai por R$ 20). Ela conta que, mesmo com pouco tempo na Feira, no ramo da cozinha, ela compete com restaurantes que estão há mais de 50 anos no local. Hoje, o restaurante também é um dos pontos tradicionais da Ceilândia.

Por Milena Carvalho
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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