Passageiros do Metrô lamentam transtornos com paralisação de atividades

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Nesta sexta-feira (8), todas as estações de metrô do Distrito Federal foram interditadas devido a falhas no sistema elétrico, causando distúrbio para diversos passageiros. 

Portão fechado da Estação Central / Foto: Maria Paula Valtudes

Segundo funcionários do Metrô-DF, a paralisação ocorreu por volta das 9h e a causa responsável pela estagnação foi o rompimento de cabos elétricos devido a sobrecarga de energia – o que afetou todas as linhas do metrô. 

Até então não havia um período determinado para a reabertura das estações. Porém, às 16h17 do mesmo dia a circulação das linhas e vagões voltaram ao normal.   

O susto e o transtorno

A Estação Central é uma das principais paradas que conectam o sistema de metrô do Distrito Federal às regiões administrativas de Samambaia (linha laranja) e Ceilândia (linha verde). 

Para muitas pessoas, o metrô é um dos mais básicos meios de locomoção pela capital do país. 

Ao descer as escadas da Rodoviária, que levam à Estação Central, a primeira coisa que pode-se observar foram os portões fechados e o interior escuro e vazio da estação, rotineiramente lotada. 

A consultora e vendedora, Eli Nunes, 42, foi uma das dezenas de pessoas afetadas pelo fechamento da Estação Central, localizada no subsolo da Rodoviária do Plano Piloto. 

Ela, que veio de São Sebastião e estava à caminho de Taguatinga para realizar a compra de encomendas de clientes para o Dia dos Pais, afirma ter sido “surpreendida” pelo acontecimento. 

“Não pode isso. Em plena sexta-feira o metrô está fechado. É inadmissível”

Além da problemática de locomoção, Eli também reflete sobre a perda financeira que a interdição das linhas trará.

“Isso me chateia muito porque vou ter que voltar e explicar para as minhas clientes que não vão ter os pedidos para os Dias dos Pais. É constrangedor. E vendas perdidas que, é claro, vão afetar o orçamento dentro da minha casa.”  

Chateada, a vendedora diz que irá tentar realizar uma ligação para a Ouvidoria do Metrô-DF para dispor de sua indignação, e completa ao falar da importância da manutenção nos serviços de transporte.

“Se precisa de manutenção, tem que ser feito.”

Além do problema de locomoção que resultou com que diversas pessoas buscassem maneiras alternativas de chegar à seus destinos, seja por intermédio dos ônibus, aplicativos de transporte ou caronas, alguns indivíduos também reclamam dos custos extras com os quais teriam de arcar.

Vitor Gabriel Santos, 20, que havia acabado de sair do trabalho no Plano Piloto, pretendia voltar para a casa pela Estação Furnas. Contudo, como os outros frequentadores do metrô, não esperava o fechamento da Estação Central. 

“Não sei que horas vou chegar em casa. Querendo ou não, isso é um transtorno.”

Muitas pessoas, que puseram em jogo a paciência, decidiram tentar esperar em pé ao lado dos portões. Outras, já mais cansadas, se sentaram ao chão em frente ao Na Hora, todas à espera da abertura da estação. 

Entretanto, o cansaço da espera fez com que cogitassem outras opções de transporte, como fez Vitor Gabriel. “Talvez tenha que pagar um Uber, mas seria um gasto não planejado.”

Rodoviária do Plano Piloto / Foto: Maria Paula Valtudes

Reclamações e a falta de comunicação

Muitas pessoas reclamaram a respeito da falta de aviso prévio por parte do sistema metroviário e também do governo do Distrito Federal.

“É um descaso com a sociedade”, diz Vitor Alves, 21, que foi acompanhar a namorada até a estação.

Ele afirma que as informações não são divulgadas de uma maneira correta para a sociedade e que isso acaba criando grandes transtornos para quem necessita utilizar o meio de transporte.

Em reclamações avulsas, passageiros da estação debatiam sobre o transtorno causado pela paralisação e da necessidade de uma “privatização” das linhas metroviárias. 

Em nota no Instagram, o Metrô-DF reiterou que a causa do problema teria originado devido ao rompimento de cabos elétricos provocados por uma sobrecarga elétrica, mas que todos os serviços retornaram ao funcionamento.

“O problema foi causado pelo rompimento de um cabo de energia devido a uma sobrecarga elétrica, o que provocou a interrupção do sistema elétrico e, consequentemente, da sinalização.

Para garantir a segurança de todos os usuários, foi preciso suspender a circulação de trens até a solução do problema.”

A tão esperada volta 

Com o retorno à normalidade, os passageiros foram tomados por um sentimento de alívio, como retrata Sarah Castro, de 18 anos. 

“Me sinto mais tranquila pelo metrô ter aberto pois assim posso voltar para casa me sentindo mais segura por estar no vagão para mulheres”, relata Sarah.

Ela fala que a paralisação foi um grande transtorno para ela pelo horário de pico pois o ônibus para sua casa, em Ceilândia, fica muito cheio e ela não se sente confortável. 

Ela também explica que se a não fosse a liberação do metrô, ela esperaria o pai sair do trabalho para ir de ônibus com ele.

“Eu iria esperar meu pai, mas ele chegaria bem mais tarde. Perto de 19h ou 20h. Isso é uma coisa que eu não me sinto confortável.” 

Fachada da Estação Guará / Foto: Maria Eduarda Barros 

Por: Maria Eduarda Barros e Maria Paula Valtudes

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