Pesquisas não têm obrigação de acertar, diz especialista

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As eleições de 2022 foram marcadas por diversas singularidades. O cenário polarizado no Brasil contribuiu para que manifestações exageradas acontecessem. Nesse mesmo período, a credibilidade das pesquisas foi colocada “em xeque”, depois que vários grupos começaram a questionar os resultados divulgados.

Porém, segundo o diretor técnico e comercial da Grupom (empresa de pesquisa de opinião e mercado), Mario Rodrigues Neto, nenhuma pesquisa tem a obrigação de acertar. De acordo com ele, se isso acontece, alguma coisa está errada: “o levantamento, em si, carrega um erro por ser pesquisa amostral”, explica.

O debate sobre pesquisa, democracia e desinformação foi realizado pelo Centro Universitário de Brasília (CEUB), na noite desta terça-feira (08/11), pelo Youtube. Confira outros trechos da conversa com os especialistas Mario Rodrigues Filho e Mario Rodrigues Neto, ambos da empresa Grupom:

Nesse tipo de levantamento, o mesmo realizado nas pesquisas eleitorais, um grupo de pessoas representa toda a população, podendo ser nacional ou não.

O especialista alerta, também, para o trabalho dos meios de comunicação na divulgação desses dados. Para ele, deve ser comunicado ao público que os números não são fixos: “Quando alguém diz que tem 40% de intenção de voto, ele não tem. A realidade é que ele tem algo entre 38% e 42%.”

Mudanças ao longo do tempo

Outro ponto que gera dúvidas e inquietações daqueles que não concordaram com o resultado das eleições, é de como a pesquisa amostral representa a opinião da população brasileira. Mario Neto explica que, não é preciso falar com 1 milhão de pessoas para saber a opinião de todo o Brasil, às vezes ter uma amostra de mil já é o suficiente.

Além disso, o diretor de pesquisa de mercado da Grupom, Mário Filho, complementa que o modo como as pesquisas são feitas não mudou, segundo ele as perguntas são as mesmas de quando o IBOPE foi fundado em 1942. Ele explica que o que mudou foi a forma de coleta.

“Não mudamos o formato da pesquisa, mas sim a forma de coletar os dados. Antes era num pedaço de papel, depois passou a ser em um Palm, que foi substituído pelos tablets. Ficando mais o que rapido”, diz.

Por Gabriel Campos e Rayssa Loreen

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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