Anedota típica entre repórteres que cobrem futebol: “sabe a regra do impedimento? Se sabe, já pode cobrir”. Claro que não basta saber uma regra. Mesmo sendo o esporte de maior visibilidade do país, atração em horários nobres, com alcance em diferentes grupos da sociedade, o mercado espera novos profissionais com maior versatilidade. De acordo com jornalistas que participaram do Seminário de Jornalismo Esportivo, Sociedade e Indústria, em Brasília, nesta semana, o Brasil ainda tem carência de repórteres e comentaristas que estejam antenados com os esportes que não são badalados e não costumam fazer parte da pauta e da grade de programação no dia-a-dia. Para as Olimpíadas, por exemplo, procura-se quem entenda de esgrima levantamento de peso e tudo o mais que as regrinhas do impedimento ou do gol não conseguem explicar.
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Para o jornalista Fábio Seixas, da Folha de S. Paulo, os veículos de comunicação terão mais necessidades de profissionais do que haverá disponibilidade para preenchimento no mercado. “As empresas e os jornalistas devem estar atentos. Se as Olimpíadas fossem hoje, teríamos dificuldades para cobrir com a mesma qualidade todos os esportes”, disse. Seixas acredita que a faculdade deve dar uma base de estudos para outra área, mas o profissional deve “correr atrás”.
Planejamento de cobertura – Fábio Seixas enfatizou a necessidade de extremo planejamento para eventos assim. Em 2010, na Copa da África do Sul, ele viajou todos os 31 países da Copa do Mundo para cobrir a emoção das torcidas com a atuação das seleções locais. Casos como o do repórter, colunista e blogueiro da Folha de São Paulo, ilustram como o jornalista hoje em dia precisa atuar em todas as redes de informação, e estar pronto para produzir vários produtos: vídeo, texto e imagem. Isso é bom para o profissional e para o público quando se buscam boas histórias.
Para o jornalista, é necessário que exista adaptação às multiplataformas – consumo de informação por vários meios de comunicação – exercendo o jornalismo no dia-a-dia. Ele, que também é criador da Pós-Graduação em Jornalismo Esportivo na FAAP (Faculdade Armando Álvares Penteado), acredita que o profissional deve se adaptar as diversas linguagens que cada um dos meios de comunicação exige e como transmite melhor a informação para o leitor. Em um texto para o jornal, existe a limitação de espaço e a narração dos fatos; já uma coluna pede e traz a opinião daquele profissional sobre o assunto.
Por Camila Schreiber – Agência de Notícias UniCEUB