As repórteres Ellen Travassos e Malu Souza escreveram sobre a luta de três mulheres que se uniram para ajudar moradores da Cidade Estrutural na comunidade Santa Luzia com doações. Os moradores perderam tudo com o fechamento do Aterro Sanitário e tiveram que lidar com dificuldades.
Para Malu Souza ganhar esse prêmio representa que está no caminho certo na profissão “Eu sou uma jovem jornalista, estou começando na carreira, esse prêmio representa que estou indo pelo caminho certo e reafirma o que aprendemos na faculdade”.
Já Ellen vê como uma inspiração para continuar com o jornalismo humanitário e ir em busca de mais personagens. “Ganhar esse prêmio deu um quentinho no coração, a gente se inscreve mas sem a expectativa de ganhar, então vencer esse prêmio inspira a gente a escrever novas histórias”.
Ambas almejam ganhar mais prêmios futuramente.
Premiação
As jornalistas ganharam o prêmio na categoria jovem jornalista e foi Ellen Travassos que recebeu o prêmio e discursou em nome das duas repórteres.
“Eu e minha colega Malu, procuramos escrever uma matéria sobre política na área das mulheres para fazer parte do livro reportagem da faculdade, “90 anos do voto feminino”, só que nós queríamos ir além da política que a gente vê na esplanada dos ministérios. Queríamos mostrar nossa realidade, nós fomos atrás de uma história na Cidade Estrutural que é uma das maiores favelas do Brasil na comunidade de Santa Luzia aqui em Brasília e a gente contou a história de três líderes femininas que fazem um movimento social na comunidade para arrecadar alimentos e suprimentos para o pessoal.
São histórias emocionantes, nós podemos contar a história e ajudar elas. Todos os dias elas precisam de doações, muitas mulheres ali não tem o que comer e precisam ficar em casa para cuidar dos filhos e trazer esse lado mais humanitário para o livro reportagem foi emocionante”.
Processo de Apuração
As ainda estudantes estavam fazendo estágio supervisionado quando a ideia de pauta surgiu. Malu Souza já conhecia a comunidade, por morar próximo da região e fazer ações sociais pela Cidade Estrutural.
A apuração durou cerca de 2 meses. Elas a principio conheciam somente a personagem Renata e um fato curioso é que a abertura da matéria do caminhão de doação aconteceu inesperadamente.
No decorrer dos dias elas conheceram outras personagens, como a Ana Cristina, a miss catadora e a pedagoga Carmélia Teixeira.
Malu Souza relata que para chegar até a comunidade o percurso era difícil “o acesso para chegar na comunidade Santa Luzia é complicado. A região fica próxima ao antigo aterro sanitário e para chegar no local tem que passar por uma estrada de terra bem esburacado”.
A reportagem contou a verdade do que ocorria com a comunidade. Essas pessoas que geralmente são invisíveis pelos políticos e por outras pessoas, mas as duas jornalistas enxergaram eles.
“Poder contar essa história foi emocionalmente, por que a gente deu visibilidade para essas pessoas que muitas vezes não tem relevância para as pessoas e os políticos só lembram deles no período de eleição”.
Visibilidade do jornalismo
“Para mim, fazer jornalismo é sempre dar voz para quem não tem voz”. É assim que Malu Souza define o jornalismo.
O jornalismo tem um dever com a sociedade que é relatar a verdade, custe o que custar. Corrupção, abusos, ofensa aos direitos humanos e outros crimes são desvendados muitas vezes pelo jornalismo.
“Percebemos que eles mesmo queriam contar a histórias deles, porque eles não têm voz. Eles disseram que muitos políticos vão até eles somente em época de eleição para pedir votos. E a gente deu essa voz para eles mais de uma vez.” Complementa Ellen.
Conselho para a próxima geração
Para a Malu Souza, se inscrever em premiações ainda na faculdade é uma experiência muito boa e ela aconselha os estudantes de jornalismo a se inscreverem e não ter medo.
“Estudante, se inscreva, vá para os prêmios e tente. É muito legal! É uma sensação muito diferente quando você é reconhecido por algo”.
Por Danyelle Silva
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira