Uma reportagem especial da Agência de Notícias CEUB, sobre solidariedade na Cidade Estrutural, venceu o Prêmio Mol de Jornalismo, na categoria Jovem Jornalista. As autoras foram as então universitárias Ellen Travassos e Malu Souza. Elas concluíram o curso no final de 2022.
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O anúncio do prêmio, que reuniu mais de uma centena de concorrentes, aconteceu nesta quinta (30). Participaram estudantes e profissionais de todo o país. O prêmio para as estudantes foi de R$ 3 mil. Os profissionais concorreram nas categorias texto, vídeo, áudio e fotografia.
Para concorrer ao prêmio, além da inscrição da reportagem, os concorrentes fizeram um curso sobre jornalismo, solidariedade e a cultura de doação.
Os jurados foram jornalistas investigativos e ativistas na temática dos direitos humanos. A equipe de avaliadores foi composta por Breiller Pires, Cecília Olliveira, Rene Silva, Elaíze Farias e Denis Oliveira nacionalmente.
Reportagem na Estrutrural
As repórteres Ellen Travassos e Malu Souza escreveram sobre a luta de três mulheres que se uniram para ajudar moradores da Cidade Estrutural na comunidade Santa Luzia com doações.
O ponto de partida da investigação levou em conta o impato para a vida dos moradores após o fechamento do Aterro Sanitário. Por isso, tiveram que lidar com dificuldades.
Para Malu Souza, ganhar esse prêmio representa um desfecho muito especial da vida acadêmica. “Eu sou uma jovem jornalista. Esse prêmio representa que estou indo pelo caminho certo e reafirma o que aprendemos na faculdade”.
Já Ellen vê que é uma inspiração para continuar com o jornalismo humanitário e ir em busca de mais personagens. “Ganhar esse prêmio deu um quentinho no coração. A gente se inscreve mas sem a expectativa de ganhar, então vencer esse prêmio inspira a gente a escrever novas histórias”.
Ambas tem ambição de ganhar mais prêmios futuramente.
“Nós queríamos ir além da política que a gente vê na Esplanada dos Ministérios. Queríamos mostrar nossa realidade. Nós fomos atrás de uma história na Cidade Estrutural que é uma das maiores favelas do Brasil na comunidade de Santa Luzia aqui em Brasília e a gente contou a história de três líderes femininas que fazem um movimento social na comunidade para arrecadar alimentos e suprimentos para o pessoal”.
“São histórias emocionantes, nós podemos contar a história e ajudar elas. Todos os dias elas precisam de doações, muitas mulheres ali não tem o que comer e precisam ficar em casa para cuidar dos filhos e trazer esse lado mais humanitário para o livro reportagem foi emocionante”.
As ainda estudantes estavam fazendo estágio supervisionado quando a ideia de pauta surgiu. Malu já conhecia a comunidade, por morar próximo da região e fazer ações sociais pela Cidade Estrutural.
A apuração durou cerca de 2 meses. Elas já conheciam uma das das personagens. Um fato curioso é que demonstrações de solidariedade foram flagradas pela dupla de forma inesperada.
No decorrer dos dias, elas conheceram outras personagens, como a Ana Cristina, a miss catadora e a pedagoga Carmélia Teixeira.
Malu Souza relata que para chegar até a comunidade o percurso era difícil. “O acesso para chegar à comunidade Santa Luzia é complicado. A região fica próxima ao antigo aterro sanitário e, para chegar ao local, tem que passar por uma estrada de terra bem esburacada”.
A reportagem deu visibilidade para história dessa comunidade. Essas pessoas que são esquecidas pelos políticos e por outras pessoas, mas essas duas jornalistas enxergaram eles.
“Poder contar essa história foi uma experiência emocional porque a gente deu visibilidade para essas pessoas”, diz Malu
Visibilidade
“Percebemos que elas mesmas queriam contar a histórias deles. Elas disseram que muitos políticos vão até eles somente em época de eleição para pedir votos. E a gente deu essa voz para eles mais de uma vez”, avalia Ellen.
Para a Malu, se escrever em premiações ainda na faculdade é uma experiência muito boa e ela aconselha os estudantes de jornalismo a se inscreverem e não ter medo. “Você estudante, se inscreva, vá para os prêmios e tenta. É muito legal e uma sensação muito diferente quando você é reconhecido por algo”.
Leia abaixo a matéria vencedora do prêmio
Leia sobre os bastidores da reportagem
Por Danyelle Silva
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira
