O jornalista Emmanuel Colombié, representante de operações da Repórteres Sem Fronteiras (RSF) na América Latina, disse que está preocupado com as perspectivas para a profissão no continente. Ele afirmou que o Brasil, inclusive, pode se igualar à atual situação de países como Venezuela e Colômbia, que são os países com condição de violência. “O Brasil é um dos países mais perigosos para se exercer a prática do jornalismo na América Latina, onde a pessoa pode morrer por informar, em sua maioria por perseguições políticas”.
O Brasil encontra-se em situação sensível, de acordo com Emmanuel Colombié, o país está no caminho para se tornar mais um país em situação difícil no ranking. Essa já é a realidade de países com governos autoritários como Venezuela, Rússia e Colômbia. O Brasil caiu três posições no Ranking, e desde outubro de 2018 ocupa a 105ªposição.
Eleições
De acordo com o representante da RSF, o ambiente atual do país é “preocupante”, as perspectivas não são boas e não existe um compromisso político no que se diz a respeito e valorização ao jornalista. A RSF avalia o governo do presidente como um “prenúncio de um período sombrio para a democracia e liberdade de imprensa”.
Emmanuel atribuiu o crescimento da perseguição às eleições do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com ele, a campanha marcada por ataques aos veículos de comunicação e a desinformação, geraram um crescimento expressivo nos discursos contra jornalistas e também no linchamento virtual.
Ele também apontou caminhos para diminuir o número de ataques, ele disse que é necessário que os jornalistas se preocupem com sua segurança individual, na semana passada, Emmanuel Colombié repudiou por uma nota o decreto do presidente da república Jair Bolsonaro que flexibiliza o porte de armas para jornalistas. Leia aqui a matéria.
Venezuela
Emmanuel Colombié também avaliou a situação da Venezuela e afirmou que embora a situação do país é preocupante, ela não é nova, e atribuiu o crescimento das agressões e expulsões de jornalistas estrangeiros ao embate político no país. Disse também que não pode prever o ano de 2019, mas afirmou que a tendência do país é piorar.
Por Victor Mayrink
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira