A Filha Perdida: filme retrata a maternidade em diferentes formas

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Sob a direção e roteiro de Maggie Gyllenhaal, o longa A Filha Perdida retrata os desafios e diferenças da maternidade para cada mulher, baseado no romance de mesmo nome da escritora Elena Ferrante – pseudônimo de uma italiana cuja identidade permanece em segredo.

Conhecida anteriormente como atriz, a irmã do ator Jake Gyllenhaal marca sua estreia como diretora e já concorre a três Oscar, entre eles o de Melhor Roteiro Adaptado. No filme, a direção traz à tona as complicadas dinâmicas da maternidade pouco mostradas nas telonas. De acordo com Gyllenhaal, Ferrante só teria permitido uma adaptação de sua obra se esta fosse dirigida por uma mulher.

Assista ao trailer oficial:

Veterana no Oscar

Olivia Colman, no entanto, não é novata na Academia e tem chance de acumular mais uma estatueta da categoria Melhor Atriz. Estrela da série da Netflix The Crown, Colman interpreta a protagonista Leda de forma introspectiva, diferentemente de seu papel em A Favorita (2019), que a garantiu seu primeiro Oscar. Já Jessie Buckley, que dá vida à Leda mais jovem, concorre, pela primeira vez, ao prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante.

A Filha Perdida concorre em três categorias do Oscar (Imagem: Divulgação/Netflix)

Enredo

Na obra, Leda Caruso (Olivia Colman), uma professora universitária de literatura italiana, vai passar as férias na Grécia. Ela se aloja em um hotel na beira da praia e passa dias monótonos observando as famílias residentes da ilha, até que uma mulher em particular chama sua atenção: Nina (Dakota Johnson), mãe jovem da pequena Elena. A relação de Nina com sua filha desperta memórias antigas em Leda, que se emociona ao pensar na sua relação com as próprias filhas, Bianca e Martha, representadas em flashbacks.

Em meio ao presente, Leda oscila entre memórias alegres e devastadoras com as filhas. As cenas mais emocionantes utilizam a aproximação do enquadramento nas personagens e em detalhes rotineiros. O movimento de câmera instável nos momentos de tensão traz ao drama uma perspectiva particular, mas fácil de se identificar. Com isso, o espectador é levado a sentir o peso da mãe e entender as outras personagens sob seu olhar. 

A relação entre as mães é um dos pontos principais do filme (Imagem: Divulgação/Netflix)

O assunto por trás do longa toca na responsabilidade social imposta à mulher em ser mãe e protetora. Assim, o foco da narrativa é a protagonista lidando com a culpa de não ter conseguido ser tão presente quanto a sociedade considera o “ideal”, o que não é cobrado aos pais no mesmo nível. A identificação de Leda com Nina se mostra um divisor de águas na vida da primeira, que tem dificuldade em ser o exemplo de mãe incansavelmente acolhedora que as mulheres estão impostas a ser. Enquanto isso, Nina parece ser monitorada pelo marido e sua família, embora tente se comunicar com Leda, que se mostra interessada na dinâmica da outra. 

A química entre as mães principais (Olivia Colman e Dakota Johnson) é agonizante e ao mesmo tempo comovente, graças às atrizes, que souberam conversar por meio de olhares misteriosos, como acontece muito na trama. 

Intimista

Maggie Gyllenhaal desperta o interesse por obras mais intimistas e integradas na mente de personagens como Leda. Por ser fiel ao romance de origem, a reprodução atinge a profundidade da narrativa criada por Elena Ferrante. Desse modo, a recém-diretora abre portas para que mais mulheres, diretoras e atrizes, retratem aspectos reais da feminilidade não como papel social, mas como resistência e força. 

Ficha Técnica:

Direção: Maggie Gyllenhaal

Roteiro: Maggie Gyllenhaal

Duração: 121 min

Classificação Indicativa: 16 anos

Elenco: Olivia Colman, Dakota Johnson, Jessie Buckley, Ed Harris

Gênero: Drama

Origem: Estados Unidos da América

Distribuição: Netflix

Por Luiza Guido
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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