Com direção de Gina Prince-Bythewood, “A mulher rei” chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (22). O longa traz a vencedora do Oscar, Viola Davis, como protagonista. Baseado em fatos reais, o filme é um exemplo de representação feminina e negra.
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Sinopse
“A mulher rei” acompanha a história da General Nanisca (Viola Davis), uma Agojie, grupo de elite de guerreiras composto apenas por mulheres que protegiam o reino africano de Daomé nos anos 1800, enquanto ela treina uma nova geração de soldadas e as prepara para a batalha contra um inimigo que tem o apoio dos portugueses, interessados no tráfico negreiro.
Representação
Viola Davis é conhecida por seus papéis de mulheres fortes, como a advogada criminal e professora Annalise Keating, em Como Defender Um Assassino ou Ma Rainey, em A Voz Suprema do Blues. Mas, dessa vez, ela conseguiu se superar, com a protagonista, Nanisca, líder das Agojie, uma mulher guerreira tanto na definição literal da palavra quanto da figurativa.
A atriz disse que a história das Agojie a atraiu, porque refletia sua própria jornada de orgulho e autoaceitação, como a que muitas mulheres vivenciam.
“Eu vi a minha feminilidade nela. Vi a minha escuridão nela. Vi uma parte muito importante da história nela. Eu sempre digo que qualquer parte da história é importante, mesmo as menores partes. E acho que é uma história pela qual o mundo está faminto.”, afirmou a protagonista em entrevistas divulgadas.
Além da representação na história, há também na produção com direção e roteiro feitos por mulheres. “Nesta história, temos a capacidade de redefinir o que significa ser mulher”, diz a diretora Gina Prince-Bythewood.
Cultura dualista
Em uma época em que mulheres eram vistas como inferiores, a cultura de Daomé contava com uma organização social incrivelmente progressiva. Esse sistema de paridade de gênero incluía todas as posições mais importantes do reino, generais militares, conselheiros financeiros, até altos escalões, o rei outorgava o título de Kpojito, mulher rei, que seria a sua companheira de reinado.
“Essa cultura possuía essa característica dualista única”, afirma a produtora Cathy Schulman. “É como uma fantasia do que aconteceria se, para cada posto, incluindo o de um líder militar, pudesse haver tanto uma mulher quanto um homem – um yin e yang de gestão. E isso aconteceu no mundo real.”
As Agojie
Inspirado em fatos reais, as Agojie foram uma força de elite do exército do Reino do Daomé. Formado exclusivamente de mulheres guerreiras. Elas tinham que se dedicar exclusivamente às suas atividades no exército, não podiam ter maridos ou filhos.
O Reino do Daomé, território que hoje conhecemos como o Benin, era um dos mais ricos da época, e as suas defensoras, as Agojie, eram as guerreiras mais temidas da África Ocidental.
Os amantes da cultura pop devem estar relembrando um outro grupo de guerreiras exclusivamente mulheres, às Dora Milaje, de Pantera Negra. De fato não estão errados de fazer essa conexão entre elas. As Dora Milaje, foram inspiradas nas Agojie, famosas Amazonas de Daomé.
Comércio de escravos
Durante a trama, o público é apresentado a dois comerciantes de escravos brasileiros de ascendência portuguesa, que faziam o comércio da África para o Brasil, Santo e Malik. Também é trazida uma versão que os próprios africanos entregavam seu povo aos portugueses em troca de ouro, entre outros presentes, apenas por serem de tribos rivais.
Ficha Técnica:
Elenco: Viola Davis, Thuso Mbedu, Lashana Lynch;
Roteiro: Maria Bello, Dana Stevens;
Direção: Gina Prince-Bythewood;
Gênero: Ação, Drama, História;
Classificação indicativa: 16 anos;
Duração: 2h 15 min;
Origem: Estados Unidos da América;
Distribuição: Sony.
Por Maria Clara Britto*
* A repórter assistiu à pré-estreia a convite da Espaço/Z
Fotos e trailer: Divulgação
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira