“Blonde” ignora legado artístico de Marilyn Monroe e prioriza apelo sexual

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A plataforma Netflix estreou nesta semana o filme Blonde, que é uma crônica ficítica sobre a atriz e cantora Marilyn Monroe. O drama biográfico, dirigido por Andrew Dominik, conta com Ana de Armas (no papel principal). Estão no elenco também Lucy DeVito e Garret Dillahunt.

Assista ao trailer:BLONDE | Trailer oficial | Netflix

Sinopse

Nesta cinebiografia fictícia reimagina a conturbada vida privada da atriz Marilyn Monroe e discute o preço que ela pagou pela fama. 

Infância

O filme inicia com a infância de Norma Jeane (Marilyn Monroe). Com uma mãe alcoólatra e um pai ausente, teve a infância difícil. A mãe sofria de diversos problemas psicológicos, e, na história, tentou matar a própria filha afogada na banheira de seu apartamento. Por esse motivo, sua mãe foi levada a um hospital psiquiátrico e Norma foi enviada a um orfanato.

Violência domiciliar

Quando Marilyn foi casada com o famoso jogador de beisebol norte-americano, Joe DiMaggio, ela sofreu violência domiciliar. Utilizando o ciúmes como motivador, o jogador bateu e espancou Marilyn diversas vezes. 

Aborto

Na história, Marilyn sofreu dois abortos, um induzido e o outro espontâneo. Apesar de serem dois casos diferentes, é possível notar o quanto eles mexem com o psicológico da atriz, que sempre teve o sonho de ser mãe.

Remédios

A queda da atriz vem logo após o seu aborto espontâneo, tendo que estar diariamente dopada de remédios para conseguir continuar trabalhando. Há cenas em que ela era medicada em seu camarim para que conseguisse voltar a filmar as cenas, em outras ela misturava álcool com os remédios e tinha devaneios, aparentava estar fora de si.

Desvio de foco

Um problema do filme é que o diretor restringiu a vida da atriz a seus relacionamentos amorosos. A carreira da artista ficou em segundo plano.  

O longa prioriza cenas de nudez sem resultar em resultado fílmico e de afetividade. Os homens a veriam como apenas um símbolo sexual. 

Não há sensibilidade ao abordar temas difíceis como violência domiciliar, aborto, assedio e o uso extremo de remédios. Isso faz com que Marilyn aparente ser uma pessoa insana, quando ela era apenas uma pessoa tendo que aguentar todos esses traumas sozinha.

Por outro lado, o filme acerta na cinematografia, fazendo com que o público seja teletransportado durante algumas horas à antiga Hollywood. Ana de Armas tem uma atuação brilhante, e uma caracterização perfeita, é como ver Marilyn Monroe novamente.

Ficha Técnica:

Elenco: Ana de Armas, Lucy DeVito, Garret Dillahunt;

Roteiro:  Andrew Dominik e Joyce Carol Oates;

Direção: Andrew Dominik;

Gênero: Drama, Biografia;

Classificação indicativa: 18 anos;

Duração: 2h 46 min;

Origem: Estados Unidos da América;

Distribuição: Netflix.

Por Maria Clara Britto

Foto: Divulgação
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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