Com 10 indicações ao Oscar, “O Brutalista” é épico sobre criatividade, sobrevivência e humanidade

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Com estreia no Festival de Cinema de Veneza e dirigido por Brady Corbet e estrelado por Adrien Brody (“O Pianista”), o filme “O Brutalista” vem se destacando na temporada de premiações.

O longa-metragem, de 3h36 de duração (com um intervalo de 15 minutos), conquistou três Globos de Ouro em janeiro de 2025 e recebeu 10 indicações ao Oscar, incluindo as categorias de “Melhor Filme”, “Melhor Direção”, “Melhor Ator”, “Melhor Ator Coadjuvante” e “Melhor Atriz Coadjuvante”.

Assista abaixo ao trailer do filme


Ambientação


László Toth, arquiteto visionário húngaro-judeu, refugia-se nos Estados Unidos durante a 2ª Guerra Mundial.

O personagem trabalha como minerador de carvão e enfrenta as adversidades da vida de imigrante. A sorte dele muda quando recebe uma proposta para um projeto arquitetônico de Harrison Lee Van Buren, um empresário industrial que enxerga o potencial do arquiteto e o vê como uma ferramenta de crescimento.

O longa, que tem também no elenco Guy Pearce (“Amnésia”) e Felicity Jones (“Rogue One”), surpreendeu pelo reconhecimento que alcançou mesmo sem o orçamento semelhante a de outras obras do gênero.

O filme foi produzido com um orçamento inferior a US$ 10 milhões — um valor abaixo do habitual
para produções tão elaboradas. Trata-se também do primeiro filme desde a década de 1960 a
ser inteiramente rodado no formato VistaVision, que proporciona imagens de maior dimensão e resolução.

Estrutura

Os roteiristas Brady Corbet e Mona Fastvold optaram por dividir a narrativa em dois atos, separados por um intervalo de 15 minutos na tela.

A intenção foi criar uma experiência análoga aos filmes clássicos americanos, ressuscitando a ideia do épico cinematográfico.

Esse ideal permeia toda a produção, desde as filmagens grandiosas e monumentais até a trilha sonora de aspecto clássico, remetendo à época em que orquestras acompanhavam as exibições nos cinemas.

Construção

A jornada de László começa com sua chegada aos Estados Unidos, onde é retratado como
um mero estrangeiro.

Confuso e distante de casa, ele se encontra em um cenário industrial idealizado do interior americano, logo percebendo a manifestação do chamado “sonho americano”.

No entanto, ao seu redor, todos parecem ser oportunistas, inclusive um primo, que o acolheu na América.

Com resiliência, o arquiteto sobrevive na selva americana até ser procurado por Harrison Van Buren, que o vê como um personagem exótico e se encanta com seu talento.

László torna-se uma peça no jogo de influência de Harrison, e juntos se comprometem a construir
um centro comunitário idealizado de forma grandiosa pelo empresário—um projeto que rapidamente conquista o arquiteto.

Demolição

Após o intervalo, o roteiro de “O Brutalista” foca mais nos personagens do que na narrativa
previamente estabelecida.

A esposa e a sobrinha de László, Elizabeth e Sofia, são resgatadas da Europa pós-guerra, e, por meio da perspectiva delas, vemos a verdadeira personalidade do protagonista.

A vida na América torna-o amargurado e cada vez mais paranoico, enquanto trabalha obsessivamente em seu projeto americano.

A angústia de concluir sua obra consome László e afeta todos ao seu redor. Isso leva Elizabeth a ressentir o marido, que, no final, aprende a admitir suas dificuldades e frustrações. O desfecho busca organizar a narrativa caótica por meio da aceitação familiar e da celebração da resiliência do arquiteto visionário.

Retoques

Ambicioso e grandioso, “O Brutalista” por vezes se perde em seus temas, mas é redimido por seus personagens complexos e envolventes. As atuações de Adrien Brody e Guy Pearce são as de maior destaque e, por si só, já justificam a ida ao cinema.

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Por Artur Maldaner

Fotos e trailer: Divulgação

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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