Filme explora temas sensíveis com humor, aventura e uma estética onírica
Chegou aos cinemas do DF o longa Elio, nova animação da Pixar que aposta na mistura entre ficção científica, humor e sensibilidade.
O longa acompanha Elio, um garoto de 11 anos que, após perder os pais, vive com a tia Olga, uma mulher amorosa, mas que nunca soube exatamente como cuidar de uma criança.
Marcado pela solidão e pela sensação de não pertencer a lugar algum, Elio acredita que, se não encontra espaço na Terra, talvez o universo tenha algo reservado para ele.
Movido por esse desejo, ele faz de tudo para ser abduzido por alienígenas e acaba conseguindo. Transportado para o Communiverse, uma espécie de assembleia intergaláctica, acaba, sem querer, se apresentando como o líder da Terra. A partir daí, enfrenta desafios, supera medos e descobre muito mais sobre si mesmo do que imaginava.
Entre perdas, afetos e encontros improváveis
Mais do que uma aventura espacial, Elio mergulha em temas como luto, pertencimento e a construção de vínculos afetivos.
A relação entre o garoto e a tia Olga é central na narrativa. Apesar dos desencontros, o filme revela que o amor nem sempre se expressa da forma idealizada e que as relações imperfeitas podem ser tão potentes quanto qualquer outra.
A solidão que atravessa Elio não é apenas a de uma criança deslocada, mas também a do luto e da busca incessante por aceitação.
Nesse ponto, o longa se conecta diretamente com obras que marcaram gerações, como E.T. — O Extraterrestre, onde o encontro entre mundos tão diferentes se transforma em uma poderosa metáfora sobre amizade, empatia e acolhimento.
Ousadia estética e retorno às histórias originais
Visualmente, Elio é um espetáculo à parte. Cenários que parecem saídos de sonhos psicodélicos, paleta de cores vibrante e criaturas que desafiam a lógica compõem um universo estético que foge do convencional, até mesmo para os padrões da própria Pixar.
A produção também representa a continuidade de uma guinada criativa no estúdio. Após anos priorizando sequências, como Toy Story 4, Os Incríveis 2 e Procurando Dory, a Pixar volta a apostar, de forma mais consistente, em histórias originais para as telonas, movimento já sinalizado em Elementos (2023) e Red: Crescer é uma Fera (2022), embora esses tenham enfrentado o desafio dos lançamentos híbridos ou diretos no streaming em meio à pandemia.
Uma animação que emociona todas as idades
Fiel à tradição da Pixar, Elio combina humor, aventura e emoção em doses equilibradas. É um filme capaz de tocar tanto crianças quanto adultos, seja pelo encantamento visual, seja pela profundidade dos temas que aborda. No fundo, fala sobre algo que atravessa a experiência humana: a necessidade de ser visto, acolhido e aceito, seja no próprio lar, seja em algum canto distante do universo.
Ficha Técnica
- Título: Elio
- Direção: Domee Shi, Adrian Molina e Madeline Sharafian
- Duração: 1h40
- Gênero: Animação, Aventura, Ficção Científica
- Classificação: Livre
- Distribuição: Walt Disney Studios Motion Pictures
Assista ao trailer:
Por Anna Greg
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira