O público dos cinemas, de forma surpreendente, teve um aumento de 12,12% no primeiro semestre de 2015 em relação ao ano passado, segundo dados da ANCINE (Agência Nacional do Cinema). Isso representa cerca de 9.773.240 pessoas e R$ 198,7 milhões a mais no mercado cinematográfico. O total foi de cerca de R$ 1,2 bilhão. A renda com os filmes cresceu 19,35%.O Kinoplex, por exemplo, uma das maiores redes, possui 26 salas no Distrito Federal e o crescimento foi de 3,1%. Há ingressos de salas especiais que custam mais de R$50. Mas o que faz o consumidor pagar esse valor? Por que o público aumenta com o passar do tempo?
Para o economista Roberto Piscitelli, esse aumento pode ser trabalhado com algumas hipóteses, mas sem compromisso com nenhuma. Uma delas é o fato que outros tipos de diversão como shows e jogos de futebol ficaram mais caros e o cinema acaba sendo uma opção de lazer ainda mais em conta. “Principalmente com o recurso da meia entrada, com as seções especiais nos dias na semana, isso pode ter feito refluir uma parte daquilo que se destinava a lazer para o cinema”.
Crise?
Esse é um assunto que não sai da mídia no Brasil. O economista Roberto Piscitelli diz que os efeitos não são tão devastadores, como às vezes pode parecer. “Eu acho que há uma exacerbação dos efeitos na percepção dos efeitos da crise. Informações negativas, ou com o lado negativo da informação, isso é uma coisa praticamente diária. Em algumas emissoras chegam a ser massacrante”.
Uma vez por mês
O policial militar Bruno Couto tem mudado alguns hábitos do comportamento devido à crise. Ele diz que não deixou de frequentar o cinema, mas que diminuiu as suas idas a uma vez por mês. “Ir assistir é uma experiência única. Mas por causa dos preços e de algumas inconveniências como o pessoal que atende telefone durante o filme, o preço da pipoca, estacionamento caro nos shoppings, passei a fazer menos questão de ir até o cinema”. O estudante Edvaldo Batista diz que parou de ir ao cinema por causa do preço e por ter outras alternativas “Em casa eu tenho Netflix, Popcorn, sites que passam filmes online, além do conforto. E outra, o que está passando no cinema hoje, está na internet amanhã em HD”.
Por Júlia Campos, com reportagem de Henrique Kotnick
