A Feira do Livro de Brasília, (evento organizado pela Câmara do Livro) que se encerra no domingo (25), debateu em sua 33ª edição, questões relativas às problemáticas da era digital, no Pátio Brasil Shopping. A feira apresenta mais de 100 expositores entre livrarias, editoras, distribuidoras e revistas. Com a temática “inclusão e cidadania”, a intenção é mostrar o quanto o mercado editorial está alinhado às demandas sociais, com foco no protagonismo dos jovens autores e leitores.

Dentro deste contexto o evento traz, entre tantas outras iniciativas , um bate-papo com o cineasta e produtor cultural Manu Militão, apresentador e idealizador do projeto Sofá Amarelo, que está fazendo parte da Arena do Saber, com um ciclo de três entrevistas sobre os mais diversos temas relacionados à leitura nesta abrangente era digital. Para ele o debate sobre a transição para um meio digital e a literatura são de suma importância, pois proporciona o conhecimento, a quebra de preconceitos. “É preciso falar e é preciso conhecer.”
Para o jornalista é preciso atentar-se aos pontos positivos dessa mudança. “Toda inovação gera um estranhamento. Temos que usar as novas tecnologias e as diferentes demandas em nosso favor. Precisei me adaptar para poder acompanhar todas essa mudanças, cada vez mais uma necessidade de uma mentalidade de milênio para atingir público tenho que atingir e que mais pessoas busquem a leitura, independente do suporte, o que é importante é que as pessoas leiam.”
Um dos convidados foi Max Stabile, que contou sobre lançamentos, publicações e negócios dentro do meio digital e ainda entra no debate do espaço que hoje, em grande e rápida transição interfere nas relações do livro e outros conteúdos digitais com leitor e sua experiência.
Hoje, de acordo com Stabile, as mediações mudaram, “Eu acredito que a tendência hoje é que haja não só aquela pessoa que recomenda um bom livro, que busca numa prateleira e te indica o livro. Vai ser transformado o espaço numa experiência. O que as lojas megastores tentam fazer por algoritmo.”
Para falar sobre a relação entre literatura e a internet, o jornalista e estrategista digital Fred Perillo traz a ideia de que tudo, no fundo, é storytelling. Introduzindo o assunto, storytelling, na visão dele aplicada a tal contexto da literatura é a transição estrutural do simples ato de contar histórias. Em sua trajetória, o projeto Sempre um Papo, que levou para áreas mais periféricas do país a literatura em suas diversas linguagens e formatos.
Para falar sobre Marketing digital, sua área de atuação, ele diz perceber uma movimentação diferenciada quando se tratando de literatura e o uso de novas tecnologias. “Existem duas vertentes, primeiro existe gente usando as redes sociais, muitos no Distrito Federal inclusive, para promover seu livro escrito, para promover esta ponte a literatura e tem outros atores que estão escrevendo direto nas redes sociais e assim criando uma literatura própria para a internet.”
Outro debatedor foi Bruno Scartozzoni, agente de planejamento de comunicações que participou do painel sobre autores na era digital, Não basta escrever, tem que se vender: marketing para autores na era digital. Hoje o profissional tem independência e autonomia de divulgação. “É difícil entrar no circuito old school, temos mais facilidades de divulgação, mas assim como eu tenho a pessoa do meu lado também tem as mesmas possibilidades e ferramentas. O desafio está em se destacar nesse mercado, cada vez mais competitivo. Como vender melhor que outros autores?”
Serviço:
O evento é gratuito.
A segunda rodada da Feira:
Data: De domingo 16 até terça 25 junho 2017
Local: Área externa Pátio Brasil
Mais informações: Feira do Livro de Brasília
Por Giovanna Pereira
Sob supervisão de Luiz Claudio Ferreira.


