O filme “Exodus: de onde eu vim não existe mais”, do diretor Hank Levine (alemão radicado no Brasil), mostra a vida de seis refugiados que se afastaram por motivos de guerra das cidades onde nasceram. Na busca por asilo em outros países, muitos perdem anos da vida sem o direito de ir e vir, “condenados” a ficar nos campos de refugiados sem previsão para a resolução burocrática de sua estadia no país de asilo.
Confira o trailer oficial do filme Exodus:
Com a narração do ator Wagner Moura somada às imagens com enquadramentos e tratamentos bem trabalhados, o filme toma um ar mais poético e, com isso, possibilita a catarse com os personagens entrevistados. As histórias variam de casos mais amenos para casos mais conturbados.
O documentário passa por localidades como Alemanha, Brasil, oeste do Sahara, Sudão do Sul, dentre outros. Em cada uma dessas áreas, a vida dos refugiados varia. No caso de uma das entrevistadas que veio para o Brasil, foi possível para ela encontrar emprego e moradia regulares. Já na Alemanha, os estrangeiros têm direito à comida e à moradia, porém não tem o direito de ir e vir.
“O que é a vida sem liberdade de ir e vir”, Wagner Moura, em Narração
O documentário é produzido com muitas falas que acompanham imagens do cotidiano dos refugiados em asilo ou falar diretas para o entrevistador, mas sempre com movimento, fugindo do padrão de entrevista em que o personagem fica sentado respondendo as perguntas ao entrevistador.
O filme se esforça e é bem sucedido em mostrar a dificuldade dos refugiados em encontrarem um lugar que seja seu. O lar devastado pela guerra, e o asilo como um espaço hostil de refúgio. Acrescentaria ao filme mostrar posicionamento da ONU quanto aos envolvimentos com os refugiados e fala dos países. Além disso, seria interessante que ficasse mais claro qual o procedimento para se asilar nos lugares mostrados no filme.
Por Bruno Santa Rita, a convite do Cine 61
*sob supervisão de Luiz Claudio Ferreira