Em Brasília, maoris neozelandeses pedem preservação de cultura nativa

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Até dia 6 outubro, Brasília recebe o 2º Congresso Internacional sobre Línguas Indígenas e Minorizadas, e que conta com a presença de 200 participantes, sendo 80 estrangeiros. Entre eles, há representantes de comunidades tribais da Nova Zelândia, que atuam para a preservação da cultura ancestral maori. A estudantes universitários, os visitantes  defenderam o processo de revitalização da língua nativa, idioma oficial do Estado neozelandês, que estava ameaçada de extinção.  Segundo Darryn Russell, pró-reitor de assuntos maori da Universidade de Canterbury, no período pré-colonial, a organização legal do povo nativo era baseada em lideranças e normas. “As regras que governavam eram chefiadas por líderes homens e mulheres. Esses conceitos de responsabilidade eram decididos de forma coletiva. Porém, as aplicações eram para os indivíduos. Referentes a nossa percepção de sociedade e nação, mas também como usávamos os recursos, principalmente a  terra e a água”, disse em palestra no Centro Universitário de Brasília. 

Darryn Russell. Foto: Amplia Mundo

Outra convidada, a advogada Season-Mary Downs representa a própria tribo há 10 anos e ajuda os indígenas a recuperar a sua autoridade, identidade, além de territórios. No encontro, ela abordou sobre as dificuldades que os nativos têm mesmo após anos do fim do período colonial  “Nós fomos colonizados (por ingleses) há mais de 200 anos, e a gente ainda sofre impactos devastadores desde aquela época. Não temos autonomia para decidir como vamos viver na nossa terra, ou reter nossa cultura. Tudo nos é ditado por meio de leis e políticas públicas. As normas foram feitas de forma que não contou com a nossa colaboração.”

Season-Mary destacou o fato do povo indígena neozelandês estar em meio a um processo de aceitação social recente. “Em 2014, um tribunal da Nova Zelândia reconheceu pela primeira vez que nossos ancestrais não tinham entregue a soberania do região aos colonizadores. E, neste ano, tivemos o primeiro juiz de origem Maori apontado na suprema corte do Estado. 

  

Da esquerda para direita: Season-Mary Downs, Rachel Mullins, Raukura Roa, Tangiwai Rewi, Hēmi Kelly e Kaneihana Dewes. Foto: Amplia Mundo

Rachel Mullins, também advogada, contou ao público a respeito do trabalho que exerce em relação as questões maori do país, principalmente sobre os territórios. Ela destacou a contribuição que desenvolve para assegurar os direitos das comunidades indígenas e auto afirmação destes povos perante o governo neozelandês.

A consultora e pesquisadora Maori Ruakura Roa compartilhou que realiza trabalhos, os quais envolvem a aprendizagem do idioma indígena em instituições governamentais. A professora universitária desenvolve práticas para a propagação da cultura nativa com  crianças e jovens. Na palestra, ela classificou a comunicação com um importante fator para a transmissão de saberes. “A expansão dos conhecimentos pode ser feita por uma simples conversa, iguala a que estamos tendo aqui. Esse momento serve para a ampliação de informações recebidas.”

Por João Paulo de Britto

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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