Entretenimento sobre crimes reais cresce entre mulheres, aponta pesquisa

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Até agosto de 2022, a plataforma de streaming Netflix lançou mais de 30 séries documentais a respeito de crimes verídicos. Foram cerca de dois programas por semana nos oito primeiros meses do ano.

Apenas em novembro, a plataforma lançou outras oito produções sobre o tema. Em sua essência, o segmento conhecido como true crime (crime real, em tradução livre) pode ser considerado um tipo de literatura de não-ficção.

Desde obras influentes como In Cold Blood (A sangue frio, em português), lançado em 1966, de
Truman Capote, a investigações modernas, como o seriado Dahmer, da Netflix, essas narrativas são únicas na maneira como se conectam com a sua audiência majoritariamente feminina.

Em relação a audiência, essas produções têm resultados significativos em comparação a outros gêneros. A série “Dahmer – Monstro: A história de Jeffrey Dahmer”, lançada em setembro pela Netflix, que narra o caso do serial killer norte-americano Jeffrey Dahmer entre os anos de 1970 e 1990, registrou 192,2 milhões de horas assistidas durante a semana de estreia e se tornou a produção original da
plataforma mais vista da história.

Em novembro, o seriado segue entre os 10 mais vistos da Netflix em 63 países pela 7ª semana consecutiva.


Já a produção brasileira “A mulher da casa abandonada”, podcast lançado pelo jornal Folha de S. Paulo em junho, ficou em 1º lugar do ranking do Spotify e atingiu 115 mil avaliações na plataforma, o recorde no Brasil.

Na plataforma Deezer, o programa foi o mais ouvido globalmente no mês de julho e somou quase 7 milhões de downloads nas principais plataformas de áudio.

Uma pesquisa da YouGov America, realizada entre agosto e setembro de 2022, mostra que um em três norte-americanos (35%) afirmam consumir conteúdo true crime ao menos uma vez na semana e apenas 30% responderam que nunca consumiram.

Os crimes mais comuns da vida real que os norte-americanos dizem ter inspirado o conteúdo que consumiram são assassinato (52%), assassinato em série (45%), sequestro (37%) e crime organizado (35%).

Embora as mulheres sejam apenas um pouco mais propensas do que os homens a consumir conteúdo envolvendo crimes não violentos (incluindo corrupção, fraude, tráfico de drogas e hacking), elas são muito mais propensas do que os homens a dizer que consumiram conteúdo sobre crimes violentos, incluindo assassinato, sequestro, violência doméstica e agressão sexual.

De acordo com a pesquisa, enquanto metade dos norte-americanos diz que gosta do gênero true crime, 13% que dizem que é seu gênero favorito, as mulheres (58%) são mais propensas do que os homens (42%) a dizer que gostam de crimes verdadeiros e duas vezes mais propensas a dizer que é seu gênero favorito.

Já as duas principais maneiras pelas quais as pessoas dizem consumir conteúdo sobre crimes reais são programas de TV (52%) e filmes (39%).

Segundo os entrevistados, as mulheres são mais propensas do que os homens a
acreditar que o consumo de true crime gera resultados positivos.

Uma parcela maior do público feminino, em comparação ao masculino, afirma que o gênero produz as
seguintes consequências:

Já os homens se sobressaem as mulheres nos seguintes tópicos:

Por Aline Marcolino

Supervisão de Vivaldo de Souza

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