Diante de uma sociedade atualizada e moderna, a arte assume novos conceitos e definições. Com os recursos tecnológicos, a produção alcança espaços e públicos diferentes. Em um cenário coletivo, a professora de comunicação social Úrsula Diesel considerou que as intervenções urbanas possuem duas facetas básicas: a política, que está presente para provocar a transformação; e a estética, que preza pelo lado emocional. “Toda a ação provocada pela intervenção artística possui uma reação social, sendo ela positiva ou questionadora”, explica.
A discussão aconteceu durante o XV Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão do UniCEUB. Na visão da professora e arteterapeuta Telma Romão, a arteterapia, por meio de intervenções, acontece à medida em que o inconsciente se realiza, ou seja, quando a mente humana interage e reage de forma positiva ao que é visto. “A arte sempre será a resposta para os erros advindos da educação, pois, a partir dela, é possível que se sinta o gosto do mundo”, ressalta.
No entanto, ela considera a padronização estética urbana em Brasília uma limitação, pois impossibilita a existência da diversidade e da manifestação da população. Segundo ela, é importante o respeito patrimônio, desde que a conduta não silencie as vozes das pessoas. “Quando os jovens do mundo deixarem de dizer o que sentem, a humanidade estará destruída. Quando há intervenção, há transformação na nossa alma, renascimento”, acrescenta.
Professora especializada em semiótica e graduada em ciência da comunicação, Flor Marlene defende que a arte pública se define e se encontre de várias formas. Entre as opções, ela citou arte política, urbana e cultural, performance, arte e meio ambiente espaço público. Para ela, a produção cultural é uma ferramenta de desconstrução, de questionamento e de discussão. “Queremos mostrar reflexão para o público, no espaço urbano, mostrar a arte como transgressora”, ressalta.
Novas mídias
As mídias se tornaram um novo campo artístico. Um exemplo é o Instagram, plataforma usada como ferramenta de trabalho de alguns artistas. O aplicativo oferece a ampliação de um público variado em razão da facilidade de acesso. Baseado nisso o publicitário Thiago do Valle acredita que a fotografia, assim como a pintura, é uma forma de criação e contemplação da arte. “Ter contato com a arte e com a alma de outros artistas sem precisar ir a uma galeria é uma das facilidades que as mídias sociais nos proporcionaram”, destaca.
Para a estudante de jornalismo, Ingra Fernandes, 22 anos, o debate contribuiu para mudar a visão dela. “Nunca tinha parado para refletir sobre a parte artística dos grafites. Antes não a considerava como uma expressão artística urbana. Agora a minha visão é diferente”, ressalta.
Ana Paula Teixeira e Nathalia Carvalho
Sob supervisão de Isa Stacciarini