O terceiro filme da saga é, na verdade, uma volta ao passado e às origens da King’sMan, a alfaiataria que serve de fachada para uma grande agência de espionagem inglesa. Do mesmo diretor de King’sMan: O serviço secreto e King’sMan: O círculo dourado, Matthew Vaughn entrega um filme não tão irreverente quanto o primeiro e busca redimir o segundo da decepção do público.
Ambientado na Primeira Guerra Mundial, o longa acompanha Orlando(Ralph Fiennes), Duque de Oxford, seu filho, Conrad(Harris Dickinson), e dois comparsas na missão de impedir que a guerra se alastre cada vez mais.
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Pontos positivos
A trilha sonora assinada por Matthew Margeson e Dominic Lewis é essencial em manter o espectador alerta durante o longa. Carregados na ópera e, principalmente, no violino em cenas de ação, a combinação pode soar estranha, mas o resultado foi muito positivo.
Destaca-se o trabalho de Rhys Ifans em seu papel como o místico Grigori Rasputin. Praticamente irreconhecível por baixo do figurino e da maquiagem, atuou, dançou e lutou de forma magnífica, sempre impressionando o público.
Rhys Ifans como Rasputin
O filme cumpre a promessa de ilustrar a origem da alfaiataria mais famosa dos cinemas. Ao longo da trama, frases icônicas como “Oxford not brogues” e “Manners maketh man” aparecem junto de outros dispositivos famosos da King’sMan, como guarda-chuvas como armas e facas nos sapatos, costurando a história do primeiro filme.
Pontos negativos
O enredo do filme é extremamente previsível desde o início. Amargurado pela morte da esposa, Orlando vive sua vida baseado na promessa que fez a ela segundos antes de morrer. Numa espécie de paralelismo com o Tio Ben e Homem-Aranha, a prequela de King’sMan apresenta cenas de drama que não comovem e com decisões incoerentes dos personagens.
Desde o início, o longa cria a expectativa de uma grandiosidade que nunca chega, de discussões sobre reconhecimento de privilégios e diversidade, mas tudo isso acaba como plano de fundo da história, sendo abandonado em meio a lutas e dramas.
Ao prometer tratar da Primeira Guerra Mundial, do drama familiar, de pautas históricas sociais e ainda ter cenas de luta tão boas quanto o primeiro filme, King’sMan- A Origem se sobrecarregou e deixou tudo a desejar.
Menos graça
Com uma massiva desaprovação no site de críticas americano “Rotten Tomatoes”, o filme pode ficar lembrado como uma comédia com menos graça e um drama sem comoção. Aqui as cenas de ação não chegam a compensar as mais de duas horas da trama.
O terceiro filme da saga King’sMan vale o ingresso para quem é fã de carteirinha da história. A obra remete a apenas uma ponte para a continuação que, de acordo com as duas cenas pós crédito, é certa.
Ficha técnica
Elenco: Ralph Fiennes, Harris Dickinson, Gemma Arterton, Djimon Hounsou, Aaron Johnson e Rhys Ifans;
Roteiro: Matthew Vaughn, Karl Gajdusek, Jane Goldman;
Direção: Matthew Vaughn;
Origem: Estados Unidos e Reino Unido;
Distribuição: Walt Disney Studios.
Por Alexya Lemos*
* Assistiu à pré-estreia a convite da Espaço/Z
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira