Uma rua escura… é fim do dia e as pessoas que trabalham nos edifícios próximo à casa noturna já foram embora. As calçadas e ruas, começam a ser frequentadas por jovens de todas as idades, homens e mulheres, sem distinção. Eles com bermudas, calças e camisetas, elas com shorts, vestidos, saias, o que a imaginação e o estado de espírito permitir. Vendedores ambulantes começam a acomodar seus carrinhos de bebida alcoólica, outros a montar suas barracas com lanches para venda. Logo dá para localizar a entrada do baile, com seguranças a postos e disciplinadores – pequenas grades de ferro – expostas pela calçada. Na porta, é solicitado documento de identificação para realizar o pagamento e a revista em pessoas e bolsas. Um vão, o chão de ladrilhos, cheiro de cigarro e bebida se misturam. As luzes raras fazem com que só se veja outra pessoa quando se está muito próximo. É preciso pedir licença para chegar perto do palco. A casa está lotada, a música consegue envolver todos que estão no lugar e começam a dançar. A azaração entre as pessoas ‘começa a rolar’. As caixas de som tremem com os beats das batidas e o palco ganha espaço com coreografias do gênero. Em bailes assim, há quem cante e dance sem lembrar que há letras machistas. No entanto, cresce, entre o público feminino, a consciência sobre o assédio mesmo nesse ambiente. Mas ainda tem quem faça pouco caso sobre isso.
CONFIRA HOTSITE SOBRE MACHISMO NA MÚSICA
Por Luiza Figueiredo e Matheus de Luca
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira